EM SÃO PAULO

A bordo do avião presidencial Fach 1 (Força Aérea Chilena), um Boeing-767/300 de 188 lugares, Sebastián Piñera tem um "escritório" -uma área reservada com uma mesa de trabalho e seis poltronas, nas quais amontoa papéis de trabalho.
É nessa região da aeronave, que ontem à tarde decolou de Buenos Aires rumo a São Paulo, que o presidente chileno, usando terno escuro contraposto por gravata e relógio vermelhos, recebe a Folha para uma entrevista.
A hora e o local foram definidos por ele e estão de acordo com um traço reconhecível em sua personalidade. Superativo, Piñera, 60, não tem tempo a perder. Nem voando. Mas, às vezes, ele sobe em aviões só para se jogar deles. É paraquedista e gosta de esportes.
Quando a reportagem tenta acionar o gravador, ele pede "dois minutos". Antes de ser entrevistado, entrevista a jornalista sobre quais serão os temas da conversa.
Com a canhota que seus pais tentaram obrigá-lo a "corrigir" quando criança, faz anotações compartimentadas em blocos. Ao final da conversa, explica: "É preciso falar o que se pensa. Também pensar antes de falar".
Conta que deve ser rápido ao definir e anotar a linha do que quer falar. "Se levar mais de dois minutos, os jornalistas se impacientam." (SA)


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