São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2010

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Lula defende visita ao Irã e critica decisões americanas

"Nunca perguntei por que estão fazendo guerra no Afeganistão"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as críticas dos EUA à sua visita ao Irã, marcada para maio, ao afirmar que nunca questionou as decisões políticas internacionais americanas. "Agora estão invocados que vou no Irã. Nunca perguntei por que estão fazendo guerra no Afeganistão."
Lula disse que chegou a receber dos americanos o apelido de "agente da CIA" (agência de inteligência americana) no passado por ter-se mostrado contra a invasão russa ao Afeganistão -posteriormente também invadido pelos americanos.
Em discurso durante ato de apoio à pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT) para militantes do PC do B, Lula fez duras críticas aos EUA. O presidente disse que foi o único a não se levantar para o ex-presidente George W. Bush na reunião do G8 de 2003. "Quando o Bush entrou na sala, todo mundo levantou, fiquei sentado. Disse: não vamos levantar, ninguém levantou quando eu cheguei."
Lula disse ainda que os EUA não são o único autorizado a negociar a paz no Oriente Médio e que a ONU "deveria ter criado o Estado palestino para garantir a paz dos dois lados".
Lula disse, em defesa do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que os EUA não podem repetir no país a conduta de invasão tomada com o Iraque, mesmo com a suspeita de proliferação de armas. "Quero dizer ao Ahmadinejad: olha, o seu limite é o nosso. Nenhum passo a mais, nenhum passo a menos. O que não pode é pensar que vão fazer com o Irã o que fizeram com o Iraque."
O presidente disse que, no cenário internacional, nunca admitiu que o Brasil fosse tratado como "vira-lata ou país de segunda categoria" e que, se a pré-candidata do PT for eleita sua sucessora, ela adotará um tom ainda mais duro que o seu. "Eles pensam que eu sou duro nas negociações? Vão ver quando Dilminha chegar lá. Vão ver o que é falar grosso ao defender os interesses do Brasil."


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