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Lula defende visita ao Irã e critica decisões americanas
"Nunca perguntei por que estão fazendo guerra no Afeganistão"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as críticas dos EUA à sua visita ao
Irã, marcada para maio, ao afirmar que nunca questionou as
decisões políticas internacionais americanas. "Agora estão
invocados que vou no Irã. Nunca perguntei por que estão fazendo guerra no Afeganistão."
Lula disse que chegou a receber dos americanos o apelido
de "agente da CIA" (agência de
inteligência americana) no passado por ter-se mostrado contra a invasão russa ao Afeganistão -posteriormente também
invadido pelos americanos.
Em discurso durante ato de
apoio à pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT) para militantes do PC do B, Lula fez duras
críticas aos EUA. O presidente
disse que foi o único a não se levantar para o ex-presidente
George W. Bush na reunião do
G8 de 2003. "Quando o Bush
entrou na sala, todo mundo levantou, fiquei sentado. Disse:
não vamos levantar, ninguém
levantou quando eu cheguei."
Lula disse ainda que os EUA
não são o único autorizado a
negociar a paz no Oriente Médio e que a ONU "deveria ter
criado o Estado palestino para
garantir a paz dos dois lados".
Lula disse, em defesa do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que os EUA não podem repetir no país a conduta
de invasão tomada com o Iraque, mesmo com a suspeita de
proliferação de armas. "Quero
dizer ao Ahmadinejad: olha, o
seu limite é o nosso. Nenhum
passo a mais, nenhum passo a
menos. O que não pode é pensar que vão fazer com o Irã o
que fizeram com o Iraque."
O presidente disse que, no
cenário internacional, nunca
admitiu que o Brasil fosse tratado como "vira-lata ou país de
segunda categoria" e que, se a
pré-candidata do PT for eleita
sua sucessora, ela adotará um
tom ainda mais duro que o seu.
"Eles pensam que eu sou duro
nas negociações? Vão ver quando Dilminha chegar lá. Vão ver
o que é falar grosso ao defender
os interesses do Brasil."
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