São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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ONDA DE REVOLTAS

EUA e Otan veem impasse em ações militares na Líbia

Para comandante americano, é muito difícil que rebeldes consigam sair do leste e avançar rumo à capital, Trípoli

Aliança ocidental diz que solução política é necessária; insurgentes pintam tanques de rosa para evitar ‘fogo amigo’

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Comandantes dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental) afirmaram que, três semanas após o início dos ataques aéreos autorizados pela ONU, o conflito na Líbia entre os rebeldes e as forças do ditador Muammar Gaddafi chegou a um impasse.
Para analistas, as esperanças iniciais de que a intervenção militar pesasse em favor dos insurgentes líbios se desvaneceram, e líderes ocidentais passaram a dar mais ênfase à necessidade de saída política para o confronto.
O general Carter Ham, comandante das tropas americanas na África, disse ontem considerar muito difícil que os rebeldes -que ainda dominam regiões como Benghazi, segunda maior cidade líbia, no leste do país- consigam avançar para o oeste em direção à capital, Trípoli.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, adotou linha similar à de Ham e afirmou, em entrevista à rede de TV Al Jazeera, quenão existe solução para o caso líbio que seja apenas militar. "Precisamos de uma solução política", declarou.
Uma porta-voz da aliança, Oana Lungescu, voltou a enfatizar as dificuldades impostas pelas táticas de Gaddafi: "Eles têm usado escudos humanos e colocado tanques perto de escolas e mesquitas. É muito difícil atacar qualquer veículo militar sem causar mortes de civis".
O objetivo explícito da resolução do Conselho de Segurança da ONU que aprovou a zonade exclusão aérea sobre a Líbia, em 17 de março, era proteger a vida dos civis em meio ao conflito.
Sob fortes críticas dos insurgentes desde que assumiu o comando da operação militar, na semana passada, a aliança pediu desculpas pelo "fogo amigo" que, de acordo com os rebeldes, matou anteontem pelo menos cinco pessoas em Brega.
No entanto, o vice-comandante das operações da Otan, o almirante britânico Russell Harding, afirmou que a aliança não havia sido avisada de que a insurgência também utilizava tanques.

VEÍCULOS PINTADOS
Em Ajdabiyah, onde prosseguiram ontem os combates entre insurgentes e forças da ditadura, rebeldes pintaram de cor-de-rosa o topo de seus veículos para tentar evitar que eles sejam bombardeados por engano pela Otan.
Os confrontos também continuaram em Misrata, única cidade do oeste líbio onde os rebelados ainda mantêm posições. Ontem, os oposicionistas disseram ter conseguido repelir um ataque das forças do governo.


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