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ORIENTE MÉDIO
Ação seria resposta ao atentado de anteontem, que matou 15 israelenses; Arafat promete combater terror
Israel prepara retaliação à faixa de Gaza
DA REDAÇÃO
Israel preparava ontem à noite
uma possível resposta ao atentado suicida palestino de anteontem, perto de Tel Aviv, que matou
15 israelenses e feriu dezenas.
Após o gabinete de segurança
aprovar uma retaliação, o Exército começou a concentrar tropas
perto da faixa de Gaza, segundo o
jornal "Haaretz". Segundo Israel,
o terrorista teria vindo de Gaza.
O primeiro-ministro israelense,
Ariel Sharon, voltou ao país ontem, interrompendo visita aos
EUA, para decidir a reação ao
atentado. Muitos ministros de direita de seu governo de união nacional defendem uma resposta
dura ao ataque e até a expulsão do
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, culpado por Israel pelo atentado de anteontem.
Porém, pressionado pelo presidente dos EUA, George W. Bush,
Sharon estaria disposto a descartar medidas militares extremas ou
a expulsão de Arafat. Membros
mais moderados do governo, como o chanceler Shimon Peres
(trabalhista), também se opõem a
essa hipótese.
Entre as respostas de Israel que
seriam debatidas na reunião estavam a reocupação dos territórios
palestinos na Cisjordânia e uma
ampla operação militar na faixa
de Gaza. Uma fonte do Exército
israelense confirmou que o alvo
mais provável da ação deva ser
mesmo a faixa de Gaza.
"Israel não se renderá ao terror.
Os que pretendem nos matar acabarão sendo mortos antes", disse
Sharon ao deixar os EUA. Foi no
momento de seu encontro com
Bush que aconteceu o atentado.
Os dois afirmaram após a reunião
que querem reformas na ANP.
Porém divergiram sobre Arafat:
Israel quer vê-lo fora das negociações de paz e acha que qualquer
diálogo só pode ocorrer após as
reformas. Os EUA não as vêem
como precondição e aceitam dialogar com Arafat.
Pressionado por Israel e EUA,
Arafat disse em árabe na rede de
TV palestina ter dado ordens para
as suas forças combaterem qualquer operação terrorista contra
civis israelenses, realizadas por
grupos palestinos. "Reitero o meu
compromisso e a minha cooperação com os EUA e com a comunidade internacional na guerra ao
terrorismo", disse ele.
Bush disse que a atitude de Arafat foi um "sinal incrivelmente
positivo", mas disse que ele deve
mostrar ação, não só retórica. Sobre Israel, disse que o país tem soberania para decidir a resposta ao
ataque, mas pediu que Sharon
"tenha sua visão de paz em mente" ao decidir que reação adotar.
Autoridades palestinas afirmaram que Arafat enfrenta dificuldades para combater o terrorismo, pois a infra-estrutura das forças de segurança palestinas foram
destruídas na ofensiva israelense
na Cisjordânia, iniciada em 29 de
março após série de atentados.
O enviado da União Européia
ao Oriente Médio, Miguel Moratinos, disse que a ANP prendeu 14
pessoas suspeitas de envolvimento com o atentado de anteontem.
No encontro com Sharon, Bush
anunciou que enviará o diretor da
CIA (serviço de inteligência dos
EUA), George Tenet, aos territórios palestinos com a função de
auxiliar os palestinos a reconstruir seu aparato de segurança.
O premiê britânico, Tony Blair,
ofereceu ontem ajuda aos palestinos para combater o terror. "Estamos preparados para trabalhar
com a ANP de uma forma que
torne possível prover os palestinos do aparato de segurança necessário", afirmou. O ex-presidente dos EUA Bill Clinton também defendeu o envio de forças
internacionais para a região.
Hamas
O atentado suicida de anteontem -o primeiro desde 12 de
abril- foi reivindicado pelo grupo extremista islâmico Hamas.
Um suicida entrou em um clube
de bilhar e detonou explosivos
presos a seu corpo. O xeque Ahmed Yassin, líder espiritual do
Hamas, disse ontem que o grupo
irá manter os ataques contra israelenses "enquanto os territórios
palestinos estiverem ocupados".
Um palestino se explodiu ontem perto de Haifa, no norte de Israel, sem causar vítimas graves
(leia texto na página A16).
Em nova incursão ontem nos
territórios palestinos, o Exército
de Israel prendeu 29 palestinos
em Tulkarem (Cisjordânia), entre
eles dois líderes do Hamas.
Ao menos 1.345 palestinos e 473
israelenses morreram na Intifada
(levante palestino), iniciada em
setembro de 2000.
Com agências internacionais
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