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ORIENTE MÉDIO
País diz que todos que estão na igreja em Belém podem deixar local, menos os 13 procurados por terrorismo
Israel propõe que só 13 fiquem em igreja
DA REDAÇÃO
Israel propôs ontem que apenas
os 13 militantes procurados pelo
país permaneçam dentro da igreja da Natividade, em Belém (Cisjordânia), ou então sejam removidos provisoriamente para outro
local. Os outros 26 militantes, que
serão transferidos para a faixa de
Gaza, e outras dezenas de pessoas
na igreja poderiam sair.
Autoridades palestinas estavam
reunidas ontem com os israelenses para decidir se aceitam ou não
a proposta. O impasse com os 13
militantes se deve à negativa de
países consultados em acolhê-los.
Israel chegou a afirmar ontem
que a Espanha poderia receber
parte dos militantes palestinos
procurados por Israel, encerrando o impasse iniciado há 37 dias.
Mais tarde, porém, o primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, descartou a possibilidade.
Segundo acordo firmado por israelenses e palestinos anteontem,
os 13 militantes devem ser exilados. Outros 26 procurados, levados para a faixa de Gaza. Os demais deverão ser soltos.
Até anteontem, o acordo, que
teve a mediação dos EUA, do Vaticano e do Reino Unido, estabelecia que os palestinos fossem enviados para a Itália, que rejeitou a
proposta, afirmando não ter sido
consultada sobre o assunto.
Para o vice-premiê italiano,
Gianfranco Fini, a Itália iria correr
graves riscos se aceitasse asilar os
militantes. "Eu me oponho a recebê-los", disse Fini para o diário
italiano "La Stampa", acrescentando que, na sua opinião, eles
nunca irão para Itália.
Os 13 militantes afirmaram que
a situação na igreja "é muito, muito ruim". "Aceitamos qualquer
solução, exceto uma: sermos entregues para Israel", dizem.
Abdullah Daoud, um dos militantes procurados que está dentro
da igreja, disse que o grupo concordou em ser exilado na Itália e
estava preocupado com a demora
para o impasse acabar.
Ao todo, cerca de 150 pessoas,
entre militantes armados, clérigos, civis e ativistas estrangeiros
permanecem cercados por forças
israelenses desde 2 de abril. Os
militantes, armados, se refugiaram na igreja após Israel invadir a
cidade.
O cerco à igreja, onde, segundo
a tradição cristã, nasceu Jesus, é o
último ponto de ocupação israelense dentro das cidades palestinas da Cisjordânia após o encerramento da operação militar na
região, iniciada em 29 de março,
cujo objetivo, segundo Israel, era
"desmantelar uma ampla rede de
terror". Israel mantém o cerco às
cidades, realizando incursões.
A Jordânia também rejeitou pedido para receber os militantes
palestinos. "A posição jordaniana
é firme: rejeitamos o princípio da
deportação e do deslocamento de
cidadãos palestinos para a Jordânia, mesmo temporariamente",
disse uma autoridade de Amã.
Das pessoas que se refugiaram
na igreja, ao menos 75 já se retiraram. Israel afirma que muitas outras estão sendo obrigadas a permanecer no interior. Todos os
que já saíram negaram a afirmação de Israel.
Grupos palestinos, como o Hamas e o próprio Fatah, de Iasser
Arafat -que ratificou o acordo-, fizeram fortes críticas ao
acerto para encerrar o cerco. Segundo eles, será aberto um grave
precedente de aceitação de deportação de militantes.
Jenin
A Assembléia Geral da ONU
aprovou ontem resolução, por 74
votos a 4 (54 abstenções), condenando Israel por não ter permitido que missão da entidade investigasse o que aconteceu no campo
de refugiados de Jenin, na ofensiva israelense na Cisjordânia.
Com agências internacionais
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