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São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2003

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EPIDEMIA

Manifestantes destroem clínica e agridem equipe médica; Rússia entra em alerta após registro do primeiro caso

China registra quarta revolta anti-Sars

DA REDAÇÃO

Cerca de cem moradores da região de Chenge (180 km ao norte de Pequim) atacaram uma equipe médica e destruíram uma clínica da região em reação a rumores de que ela seria convertida em unidade de tratamento de pacientes com Sars (síndrome respiratória aguda grave, na sigla em inglês). Segundo a agência Reuters, 64 pessoas foram presas.
O incidente se estendeu pelos dias 27 e 28 de abril, mas só foi noticiado ontem. É o quarto protesto violento motivado pela Sars de que se tem notícia na China, o país mais atingido pela epidemia.
Para conter o protesto, foram deslocados cerca 240 de policiais para Shuiquangou, um subúrbio de Chenge, segundo o jornal "Diário da Segurança Pública".
Segundo o jornal, publicado pelo Ministério da Segurança Pública, no dia 27 à noite moradores cercaram uma ambulância especial para Sars que estava estacionada em frente a uma clínica.
Em seguida, eles expulsaram a equipe que estava dentro do veículo e passaram a agredi-la com socos e pontapés. Depois, viraram a ambulância e começaram a arremessar pedras e tijolos contra a clínica. Vários veículos, equipamentos médicos e as portas e janelas do prédio foram destruídos.
A confusão, que durou cerca de 16 horas, só terminou na madrugada do dia seguinte, com a chegada de reforço policial.
"A multidão ficava cada vez maior. Nós não conseguíamos controlá-la e tivemos de pedir reforço", disse à agência Reuters um policial, que não se identificou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 506 pessoas morreram até ontem por causa da doença -432 somente na China (85% do total). Foram registrados em todo o mundo 7.053 casos, dos quais 6.359 na China (90,1%), onde a epidemia teve início.

Caso suspeito na Rússia
Médicos russos diagnosticaram ontem o primeiro caso provável de Sars no país, que no mesmo dia ordenou o fechamento de alguns pontos da fronteira com a China.
Segundo o Ministério da Saúde russo, um homem foi hospitalizado em Blagoveshchensk, na fronteira com a China, com todos os sintomas da doença. A confirmação laboratorial não ficou pronta.

Turismo prejudicado
A epidemia de Sars tem prejudicado as companhias aéreas mais do que a guerra no Iraque, segundo nota da Organização Mundial do Turismo (OMT) divulgada ontem. A entidade deve divulgar em breve estudo detalhado sobre o impacto da moléstia no turismo.
Ontem, a OMS acrescentou a Província de Tianjin e a região autônoma da Mongólia Interior, na China, e Taipé, capital de Taiwan, na lista das regiões para onde é desaconselhável viajar. Já faziam parte dessa lista Pequim, Hong Kong e as Províncias chinesas de Guangdong and Shaanxi.


Com agências internacionais


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