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EPIDEMIA
Manifestantes destroem clínica e agridem equipe médica; Rússia entra em alerta após registro do primeiro caso
China registra quarta revolta anti-Sars
DA REDAÇÃO
Cerca de cem moradores da região de Chenge (180 km ao norte
de Pequim) atacaram uma equipe
médica e destruíram uma clínica
da região em reação a rumores de
que ela seria convertida em unidade de tratamento de pacientes
com Sars (síndrome respiratória
aguda grave, na sigla em inglês).
Segundo a agência Reuters, 64
pessoas foram presas.
O incidente se estendeu pelos
dias 27 e 28 de abril, mas só foi noticiado ontem. É o quarto protesto violento motivado pela Sars de
que se tem notícia na China, o
país mais atingido pela epidemia.
Para conter o protesto, foram
deslocados cerca 240 de policiais
para Shuiquangou, um subúrbio
de Chenge, segundo o jornal
"Diário da Segurança Pública".
Segundo o jornal, publicado pelo Ministério da Segurança Pública, no dia 27 à noite moradores
cercaram uma ambulância especial para Sars que estava estacionada em frente a uma clínica.
Em seguida, eles expulsaram a
equipe que estava dentro do veículo e passaram a agredi-la com
socos e pontapés. Depois, viraram
a ambulância e começaram a arremessar pedras e tijolos contra a
clínica. Vários veículos, equipamentos médicos e as portas e janelas do prédio foram destruídos.
A confusão, que durou cerca de
16 horas, só terminou na madrugada do dia seguinte, com a chegada de reforço policial.
"A multidão ficava cada vez
maior. Nós não conseguíamos
controlá-la e tivemos de pedir reforço", disse à agência Reuters um
policial, que não se identificou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 506 pessoas
morreram até ontem por causa da
doença -432 somente na China
(85% do total). Foram registrados
em todo o mundo 7.053 casos, dos
quais 6.359 na China (90,1%), onde a epidemia teve início.
Caso suspeito na Rússia
Médicos russos diagnosticaram
ontem o primeiro caso provável
de Sars no país, que no mesmo dia
ordenou o fechamento de alguns
pontos da fronteira com a China.
Segundo o Ministério da Saúde
russo, um homem foi hospitalizado em Blagoveshchensk, na fronteira com a China, com todos os sintomas da doença. A confirmação laboratorial não ficou pronta.
Turismo prejudicado
A epidemia de Sars tem prejudicado as companhias aéreas mais
do que a guerra no Iraque, segundo nota da Organização Mundial
do Turismo (OMT) divulgada ontem. A entidade deve divulgar em
breve estudo detalhado sobre o
impacto da moléstia no turismo.
Ontem, a OMS acrescentou a
Província de Tianjin e a região autônoma da Mongólia Interior, na
China, e Taipé, capital de Taiwan,
na lista das regiões para onde é
desaconselhável viajar. Já faziam
parte dessa lista Pequim, Hong
Kong e as Províncias chinesas de
Guangdong and Shaanxi.
Com agências internacionais
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