São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Figurões deixam buracos no governo Bush

EDWARD LUCE
DO "FINANCIAL TIMES", EM WASHINGTON

O governo Bush tem experimentado dificuldades na tentativa de preencher uma série de cargos de alto escalão que estão ficando vagos. Só nos últimos dez dias, Bush perdeu quatro altos funcionários, e mais demissões estão por vir.
Entre as perdas mais recentes estão a de J. D. Crouch, vice-diretor do Conselho de Segurança Nacional, que alegou querer passar mais tempo com a família, e Randall Tobias, que renunciou à chefia da Agência para o Desenvolvimento Internacional, vinculada ao Departamento de Estado, por terem sido descobertos telefonemas seus para um serviço de garotas de programa.
Bush perdeu ainda a colaboração de Dina Habib Powell, a mais graduada árabe-americana do governo, que trabalhará agora para a iniciativa privada, e de Timothy Adams, o número três na hierarquia do Tesouro Nacional.
Funcionários do governo afirmam que a debandada não é incomum num segundo mandato e negam que haja um motivo único para as demissões. No entanto, elas ocorrem justamente quando o presidente está com dificuldades para encontrar um "czar da guerra", um novo cargo que supervisionaria os esforços de todo o governo na campanha no Iraque.
Republicanos aliados do presidente cujo descontentamento com a condução da Guerra do Iraque e seus resultados tem crescido questionaram publicamente os motivos para a criação desse posto.
"O presidente é o manda-chuva e ele anuncia as políticas [para o Iraque] e elas têm de ser implementadas", disse John Bolton, ex-embaixador dos EUA na ONU que teve de renunciar por não ter sua indicação aprovada pelo novo Congresso, de maioria democrata. "O sistema de política interdepartamental ruiu", completou.
Segundo David Frum, um dos ex-assessores de Bush encarregado de escrever seus discursos, a principal preocupação do presidente é que a condução da política para o Iraque caia cada vez mais nas mãos de um Congresso oposicionista e rebelde e dos generais no fronte.
"O grande problema é que o governo Bush está perdendo a capacidade de controlar a política para o Iraque", afirmou.


Texto Anterior: Guerra sem limites: FBI prende seis acusados de tramar ataque a base
Próximo Texto: Governo da Argentina pede votos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.