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Figurões deixam buracos no governo Bush
EDWARD LUCE
DO "FINANCIAL TIMES", EM
WASHINGTON
O governo Bush tem experimentado dificuldades na tentativa de preencher uma série de
cargos de alto escalão que estão
ficando vagos. Só nos últimos
dez dias, Bush perdeu quatro
altos funcionários, e mais demissões estão por vir.
Entre as perdas mais recentes estão a de J. D. Crouch, vice-diretor do Conselho de Segurança Nacional, que alegou
querer passar mais tempo com
a família, e Randall Tobias, que
renunciou à chefia da Agência
para o Desenvolvimento Internacional, vinculada ao Departamento de Estado, por terem
sido descobertos telefonemas
seus para um serviço de garotas
de programa.
Bush perdeu ainda a colaboração de Dina Habib Powell, a
mais graduada árabe-americana do governo, que trabalhará
agora para a iniciativa privada,
e de Timothy Adams, o número
três na hierarquia do Tesouro
Nacional.
Funcionários do governo
afirmam que a debandada não é
incomum num segundo mandato e negam que haja um motivo único para as demissões.
No entanto, elas ocorrem justamente quando o presidente está com dificuldades para encontrar um "czar da guerra",
um novo cargo que supervisionaria os esforços de todo o governo na campanha no Iraque.
Republicanos aliados do presidente cujo descontentamento com a condução da Guerra
do Iraque e seus resultados tem
crescido questionaram publicamente os motivos para a criação desse posto.
"O presidente é o manda-chuva e ele anuncia as políticas
[para o Iraque] e elas têm de ser
implementadas", disse John
Bolton, ex-embaixador dos
EUA na ONU que teve de renunciar por não ter sua indicação aprovada pelo novo Congresso, de maioria democrata.
"O sistema de política interdepartamental ruiu", completou.
Segundo David Frum, um
dos ex-assessores de Bush encarregado de escrever seus discursos, a principal preocupação
do presidente é que a condução
da política para o Iraque caia
cada vez mais nas mãos de um
Congresso oposicionista e rebelde e dos generais no fronte.
"O grande problema é que o
governo Bush está perdendo a
capacidade de controlar a política para o Iraque", afirmou.
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