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Kirchner deve anunciar hoje sua candidatura à Câmara argentina
Pleito de junho é visto como um plebiscito da gestão de sua mulher, Cristina
DA REDAÇÃO
O ex-presidente argentino
Néstor Kirchner (2003-2007)
deve anunciar hoje, prazo final,
sua candidatura a deputado federal pela Província de Buenos
Aires para as eleições legislativas de 28 de junho. O pleito, antecipado em quatro meses, é
encarado como um plebiscito
do governo de sua mulher,
Cristina Kirchner, cuja popularidade foi duramente afetada
por um duradouro conflito com
o setor agrícola e pela inflação.
Até ontem, Néstor Kirchner
fazia mistério sobre sua candidatura, mas a postulação do ex-presidente -e atual líder do
Partido Justicialista, governista- é dada como certa. Ele vem
percorrendo a Província bonaerense, maior colégio eleitoral do país (38% dos eleitores),
em atos típicos de campanha.
A votação de junho coloca em
disputa metade das cadeiras na
Câmara dos Deputados e um
terço do Senado. O pleito foi
antecipado pelo Congresso, a
partir de projeto de lei de Cristina, com a justificativa de que
o país, em meio à crise econômica, não deveria ficar paralisado por tantos meses por causa da campanha eleitoral.
Para analistas, a presidente
tenta evitar que a crise afete o
endosso popular aos seus candidatos, bem como diminuir o
poder de articulação da oposição, num momento em que
aliados deixaram o kirchnerismo e viraram oposicionistas.
Teste
O pleito servirá de plebiscito
para a gestão de Cristina, cuja
aprovação popular está em
30%. Desde a volta da democracia na Argentina, em 1983,
as eleições legislativas servem
de avaliação do governo de turno. Quando derrotados nesse
pleito, -sob Raul Alfonsín
(1983-1989) e Carlos Menem
em sua segunda gestão (1995-1999)- os partidos governantes não conseguiram vencer a
eleição presidencial seguinte.
Na campanha, Kirchner tenta vender a ideia de que, caso os
governistas não vençam as eleições legislativas, "virá o caos".
A lista de candidatos do Partido Justicialista deve ser
anunciada hoje, e o primeiro
grande ato de campanha da
agremiação está marcado para
quinta-feira, em La Plata.
O partido terá como adversários maiores uma aliança de
centro-direita entre o PRO
(partido do prefeito de Buenos
Aires, Maurício Macri) -que
lançou entre seus candidatos a
ex-vice-prefeita da capital, Gabriela Michetti- e uma aliança
de centro-esquerda entre a tradicional União Cívica Radical, o
Partido Socialista e a Coalizão
Cívica, de Elisa Carrió, ex-candidata a presidente que agora
se postula à Câmara.
Com agências internacionais
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