São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Presidente linha-dura do Irã oficializa sua candidatura à reeleição no pleito de junho

DA REDAÇÃO

O linha-dura Mahmoud Ahmadinejad registrou ontem formalmente a sua candidatura à reeleição no pleito presidencial iraniano de 12 de junho.
Um porta-voz já havia anunciado, meses atrás, que Ahmadinejad, eleito em 2005, tentaria mais um mandato de quatro anos, mas o presidente vinha evitando mencionar o assunto.
Questionado ontem pela France Presse sobre suas chances de reeleição, Ahmadinejad, 52, afirmou: "Não penso nessas coisas, meu único objetivo é servir ao povo".
Mais de 170 pessoas já se registraram para concorrer à Presidência do Irã -quinto maior exportador de petróleo do mundo-, mas a maioria deve ser desqualificada pelas autoridades religiosas encarregadas de avalizar candidaturas.
O nome dos políticos autorizados a concorrer será anunciado no dia 20 de maio.
O reformista Mir Hossein Moussavi, ex-premiê tido como o principal adversário de Ahmadinejad na votação, deve registrar sua candidatura hoje, assim como outro rival do mesmo campo, Mehdi Karubi.
Nas fileiras conservadoras, o adversário será Mohsen Rezei, chefe da poderosa Guarda Revolucionária entre 1981 e 1997.
Embora seja um linha-dura suspeito de envolvimento com terrorismo internacional, Rezei acusa o presidente de ter implementado uma política econômica que está levando o Irã "ao precipício" e rejeita a política de confrontação do Ocidente de Ahmadinejad.
Apesar de todos os candidatos defenderem a manutenção do programa nuclear, tido como sinônimo de avanço tecnológico e de soberania geopolítica, o atual presidente é criticado pelo tom que predominou em suas discussões com o Ocidente sobre o tema.
Potências ocidentais acusam o Irã de pretender enriquecer urânio para produzir bombas atômicas. Teerã insiste em que suas instalações nucleares servem apenas para produzir energia e negocia uma solução que lhe permita continuar enriquecendo urânio -o que tem direito a fazer sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear, desde que em cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Um fator chave na eleição será o apoio do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã. Ele vinha sinalizando simpatia com a candidatura de Ahmadinejad, mas houve atritos recentemente, o que teria causado o cancelamento do giro que o presidente faria pela América do Sul, passando pelo Brasil.


Com agências internacionais


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