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Presidente linha-dura do Irã oficializa sua candidatura à reeleição no pleito de junho
DA REDAÇÃO
O linha-dura Mahmoud Ahmadinejad registrou ontem
formalmente a sua candidatura
à reeleição no pleito presidencial iraniano de 12 de junho.
Um porta-voz já havia anunciado, meses atrás, que Ahmadinejad, eleito em 2005, tentaria mais um mandato de quatro
anos, mas o presidente vinha
evitando mencionar o assunto.
Questionado ontem pela
France Presse sobre suas chances de reeleição, Ahmadinejad,
52, afirmou: "Não penso nessas
coisas, meu único objetivo é
servir ao povo".
Mais de 170 pessoas já se registraram para concorrer à Presidência do Irã -quinto maior
exportador de petróleo do
mundo-, mas a maioria deve
ser desqualificada pelas autoridades religiosas encarregadas
de avalizar candidaturas.
O nome dos políticos autorizados a concorrer será anunciado no dia 20 de maio.
O reformista Mir Hossein
Moussavi, ex-premiê tido como
o principal adversário de Ahmadinejad na votação, deve registrar sua candidatura hoje,
assim como outro rival do mesmo campo, Mehdi Karubi.
Nas fileiras conservadoras, o
adversário será Mohsen Rezei,
chefe da poderosa Guarda Revolucionária entre 1981 e 1997.
Embora seja um linha-dura
suspeito de envolvimento com
terrorismo internacional, Rezei acusa o presidente de ter
implementado uma política
econômica que está levando o
Irã "ao precipício" e rejeita a
política de confrontação do
Ocidente de Ahmadinejad.
Apesar de todos os candidatos defenderem a manutenção
do programa nuclear, tido como sinônimo de avanço tecnológico e de soberania geopolítica, o atual presidente é criticado pelo tom que predominou
em suas discussões com o Ocidente sobre o tema.
Potências ocidentais acusam
o Irã de pretender enriquecer
urânio para produzir bombas
atômicas. Teerã insiste em que
suas instalações nucleares servem apenas para produzir
energia e negocia uma solução
que lhe permita continuar enriquecendo urânio -o que tem
direito a fazer sob o Tratado de
Não Proliferação Nuclear, desde que em cooperação com a
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Um fator chave na eleição será o apoio do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.
Ele vinha sinalizando simpatia
com a candidatura de Ahmadinejad, mas houve atritos recentemente, o que teria causado o
cancelamento do giro que o
presidente faria pela América
do Sul, passando pelo Brasil.
Com agências internacionais
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