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Iugoslávia desprezou negociações
da Redação
O separatismo não é um problema apenas da Iugoslávia. Muitos
países são obrigados a lidar com
minorias insatisfeitas, concentradas em regiões definidas.
A atitude do governo central varia muito. No caso de Kosovo, o regime do ditador Slobodan Milosevic optou pela política da repressão, o que parece ter estimulado o
conflito armado com os kosovares.
Não era a única opção. Países
ocidentais vêm procurando conceder autonomia, em vários graus,
com o objetivo de aplacar o sentimento separatista. Essa questão
atinge até mesmo países da Otan,
que hoje ataca a Iugoslávia.
Na semana passada, a Escócia
elegeu seu primeiro Parlamento
em 300 anos. A eleição compõe
uma reforma promovida pelo governo britânico para descentralizar o poder. O Partido Nacional
Escocês (SNP, que defende a independência da Escócia em relação
ao Reino Unido) não obteve maioria. O governo britânico, no entanto, sabia que uma vitória eleitoral
do SNP seria o primeiro passo para
a independência da Escócia. Arriscou e ganhou. Desta vez.
Esse risco de fratura também é
frequente no Canadá, onde existe
um forte sentimento nacionalista
entre a minoria francesa, concentrada na Província de Québec.
Em 1995, os separatistas exigiram um plebiscito pela separação
do Québec, criticado mas consentido pelo governo canadense. Perderam por 50,56% a 49,44%.
Mais violento, o separatismo
basco é um dos temas fundamentais da Espanha. Ao contrário de
Escócia e Québec, no País Basco
criou-se um movimento armado,
o ETA, que luta pela independência tendo o terrorismo como arma.
Como o governo iugoslavo, a Espanha reprimiu o ETA. Mas, ao
mesmo tempo, concedeu autonomia administrativa ao País Basco e
não proibiu sua língua, seus costumes e instituições, como fez Milosevic em Kosovo.
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