São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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Crise reduz a atividade sexual no país


DE BUENOS AIRES

A crise econômica que praticamente dobrou a taxa de suicídio de jovens argentinos na última década também causou efeitos negativos entre os adultos, principalmente no casamento.
Segundo pesquisa do instituto Kanon Tower, especializado em relações familiares, 67% dos homens e mulheres argentinos reduziram sua atividade sexual.
Outros sintomas estão no comércio. A venda de produtos eróticos ou de preservativos caiu 30% no começo deste ano, enquanto o faturamento dos motéis recuou até 40%, segundo dados das associações desses setores.
A crise gerou um "cinturão de castidade". "Há a moratória sexual. Trata-se de mais uma contenção da classe média", disse o médico e sexólogo Carlos Kusneczoff. Segundo ele, consultas por problemas sexuais subiram 30% em 2001 no Hospital das Clínicas de Buenos Aires.
Para a sexóloga Adriana Arias, os homens levam a pior na crise "porque associam poder econômico a virilidade sexual". Por isso, quando ficam desempregados, se deprimem e vivem um processo de "desmasculinização".
A relação entre situação econômica e saúde também foi admitida pelo ministro Ginés González García (Saúde), para quem "a saúde depende não só do estilo de vida [má alimentação, uso de drogas", mas dos destinos de vida [a pobreza da população de um país em crise"." (JS)


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