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Escudo antimíssil seguirá, diz Rice
Secretária elogia idéia de Putin, que sugeriu radar no Azerbaijão e pede interceptador na Turquia ou no Iraque
Na Polônia, Bush reforça
planos, que elevaram
tensão entre Moscou e
Washington para seu pior
nível desde colapso da URSS
Kacper Pempel/Reuters
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Protesto em Jurata (norte da Polônia) contra escudo norte-americano durante a visita de Bush |
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos prosseguirão em seu projeto de construção de um escudo antimísseis no Leste Europeu, apesar
da proposta alternativa feita
anteontem pelo presidente
russo, Vladimir Putin, de utilizar um radar já existente no
Azerbaijão. É o que disse à Associated Press a secretária de
Estado Condoleezza Rice.
Ela afirmou que a proposta
de Putin surpreendeu o presidente George W. Bush. Ambos
se encontraram durante a conferência do G8, na Alemanha.
Rice disse ainda não estar
certa de que o Azerbaijão seria
o local adequado. Mesmo assim, afirmou que a proposta de
Putin foi um sinal "alentador"
de que a Rússia pretende cooperar com os Estados Unidos.
O escudo antimísseis, segundo a concepção do Pentágono,
precisa de um radar poderoso
para identificar a aproximação
de mísseis inimigos (iranianos
ou norte-coreanos, afirmam os
EUA), lançados sobre territórios de aliados americanos na
Europa. E também precisa de
mísseis que os interceptem e os
destruam ainda em vôo.
Ampliação da proposta
Putin voltou ontem ao assunto. Disse que não faria objeções
caso os mísseis de interceptação fossem instalados em países aliados dos americanos, como a Turquia ou o Iraque.
Reafirmou que a Rússia está
disposta a participar do mecanismo e sugeriu que governos
europeus -numa tentativa de
envolvimento da União Européia- também façam parte do
consórcio. Pediu que Washington não tome nenhuma decisão
antes de consultá-lo.
Anteontem Putin havia mencionado apenas o radar, que deverá funcionar na República
Tcheca. Refere-se agora aos
mísseis, que pelos planos americanos ficariam em dez silos na
Polônia. São dois países próximos da Rússia e aliados de
Moscou nos tempos da União
Soviética. O presidente russo
teme que o escudo americano
vise secretamente seu sistema
nuclear de defesa.
Antes da reunião do G8, Bush
fez uma escala na República
Tcheca, onde o escudo antimísseis foi o principal tema de discussões. Ontem, ao deixar a
Alemanha, ele voou para a Polônia, onde também discutiu o
assunto com o presidente local,
Lech Kaczynski. Reafirmou novamente que o escudo não tinha como alvo a Rússia.
Um especialista militar russo, Vladimir Dvorkovich, disse
à agência Interfax que o radar
do Azerbaijão oferecido por
Putin a Bush cumpriria apenas
parte da tarefa do dispositivo
planejado para o território
tcheco, porque seria incapaz de
orientar o vôo do míssil americano de interceptação.
Com agências internacionais
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