São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2008

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Alvo de ataques e políticas antiimigração, ciganos protestam em Roma

DA REDAÇÃO

Cerca de 3.000 ciganos participaram de uma manifestação contra a xenofobia ontem em Roma. O grupo vem sendo acusado por setores da direita, incluindo o governo, de agravar a insegurança na Itália. Vários acampamentos ciganos foram incendiados no sul do país algumas semanas atrás.
Essa foi a primeira manifestação do gênero na Itália, onde vive uma população estimada em 150 mil ciganos, muitos de origem romena ou de países da ex-Iugoslávia, mas a maioria já com cidadania italiana.
Os manifestantes marcharam ao som de músicas típicas e carregando cartazes que diziam "não à xenofobia" e "parem com os pogroms".
Vários acampamentos ciganos foram incendiados em meados de maio em Nápoles, e seus moradores tiveram de fugir do fogo e também da ira dos habitantes locais, que eram protegidos pela polícia.
Os desentendimentos entre as duas comunidades começaram depois que se noticiou uma suposta tentativa de seqüestro de bebê por uma jovem cigana.
Embora a investigação sobre episódio ainda não tivesse sido encerrada, o diário "Il Giornale", que pertence ao premiê Silvio Berlusconi, de direita, trouxe no dia 19 de maio uma reportagem sobre "como os ciganos vendem crianças".
Até hoje, a Justiça italiana jamais registrou um caso de seqüestro de criança não-cigana por ciganos.
O governo criou um novo posto na administração, cujo objetivo é acabar com os acampamentos irregulares de ciganos em Roma, Nápoles e outras grandes cidades.
A pedido do novo prefeito de Roma, o neofascista Gianni Alemanno, a polícia da capital italiana esvaziou um acampamento instalado no bairro popular de Testaccio, próximo ao centro. Os 122 moradores do local, todos italianos, foram transferidos para um bairro da periferia.

Linha dura
O governo Berlusconi vem acenando com uma política dura contra a imigração ilegal. Chegou a falar em tornar a imigração ilegal crime, que poderia render até quatro anos de prisão, mas acabou recuando diante da pressão da UE, da ONU e do Vaticano.


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