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ORIENTE MÉDIO
Líder seria deposto pelos próprios palestinos, segundo a previsão do Exército divulgada pelo jornal "Haaretz"
Arafat cai em seis meses, prevê Israel
DA REDAÇÃO
O Exército de Israel prevê que o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, seja deposto pelos próprios palestinos em seis meses, não sendo necessária a sua expulsão pelos israelenses, de acordo com autoridades militares que não se identificaram, citadas pelo diário israelense "Haaretz".
"Com o poder de Arafat sendo reduzido tão rapidamente, achamos que não será necessário expulsá-lo", disse um dos militares
ao jornal.
Para outro, "está crescendo a
possibilidade de que, em seis meses, o poder de Arafat estará tão
reduzido que ele não terá condições de impedir o surgimento de
um líder pragmático que poderia
fazer algum acordo com Israel".
O Ministério da Defesa e o Exército de Israel não fizeram comentários sobre a reportagem. A avaliação é uma mudança do Exército israelense em relação a Arafat.
O chefe das Forças Armadas de
Israel, Shaul Mofaz, disse reiteradas vezes que o líder palestino deveria ser derrubado ou então exilado pelos israelenses.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse em junho que Arafat deve deixar a liderança palestina antes de um Estado palestino,
apoiado pelos EUA, ser criado.
Arafat está cercado por tanques
israelenses em seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia). O
cerco começou no início da ofensiva israelense, no mês passado,
em sete cidades palestinas. A ação
é uma resposta a uma onda de
atentados que deixou 31 mortos
em Jerusalém e em um assentamento judaico.
Diante das pressões de EUA e
Israel por reformas na ANP, principalmente no combate aos grupos terroristas e à corrupção, Arafat respondeu convocando eleições para janeiro. Segundo pesquisas, ele é o favorito para vencer, apesar do surgimento de manifestações populares críticas à
ANP, principalmente por causa
das dificuldades econômicas causadas pela Intifada, o levante palestino contra a ocupação israelense, iniciada em setembro de
2000.
Arafat tem enfrentado problemas internos também ao tentar
reformar seu sistema de segurança. O chefe da segurança palestina
na Cisjordânia, Jibril Rajoub, uma
das figuras mais populares dos
territórios palestinos e tido como
um dos possíveis sucessores de
Arafat, foi demitido pelo líder palestino na semana passada, causando protesto por parte das forças de segurança.
Em reunião ontem com Arafat,
Rajoub pediu que ele reavaliasse
sua demissão.
Ghazi Jibali, chefe da polícia na
faixa de Gaza, também foi deposto. Autoridades disseram que o
chefe da inteligência palestina na
Cisjordânia, Tawfiq Tirawi, também havia sido demitido.
O chanceler de Israel, Shimon
Peres, se reuniu ontem com o novo ministro das Finanças palestino, Salam Fayed. Foi o primeiro
contato entre autoridades de alto
escalão dos dois lados em mais de
dois meses. A conversa buscou
encontrar meios de aliviar a situação da economia palestina.
Terra
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, aprovou ontem uma proposta que permite apenas a cidadãos israelenses judeus o direito de comprar casas em terras do Estado.
A proposta será encaminhada
agora ao Parlamento, onde precisará ser aprovada três vezes. Depois irá para a Suprema Corte,
que poderá fazer alterações.
Caso a nova lei seja implementada, os cidadãos árabes de Israel,
que compõem 20% da população,
estarão proibidos de comprar as
casas nas terras do Estado.
Os integrantes do gabinete que
pertencem ao Partido Trabalhista
se opuseram à decisão, classificando-a como racista. O ministro
da Defesa, Binyamin ben Eliezer,
prometeu lutar contra ela.
Com agências internacionais
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