São Paulo, sábado, 09 de julho de 2005

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TERROR EM LONDRES

Mais atentados não estão descartados; Scotland Yard, que desconhece autoria dos ataques, diz haver impedido duas explosões

Polícia pede que britânicos fiquem alertas

DE LONDRES

Enquanto tentavam avançar nas investigações sobre os atentados de anteontem, a polícia e o serviço de inteligência britânicos fizeram um apelo e mandaram uma mensagem de alerta à população. O pedido era por informações, o recado era que a vigilância precisa ser mantida. Ou seja, mais atentados não estão descartados.
Tudo indicava ainda não haver progresso significativo na procura de pistas para responder às duas perguntas principais: quem fez os ataques e como. O chefe da polícia britânica (a Scotland Yard), sir Ian Blair, disse que as explosões guardam semelhanças com as provocadas no passado pela rede Al Qaeda. Mas ressaltou que os autores dos ataques podem "estar foragidos no Reino Unido ou no exterior ou mortos".
A Scotland Yard revelou que impediu a explosão de outras duas bombas na quinta-feira.
"O mais importante é que nós precisamos da ajuda da comunidade. Ela pode ser nossos olhos e ouvidos, e muitos teriam visto coisas que fogem da normalidade", afirmou Andy Hayman, o segundo na hierarquia da Scotland Yard.
Já Ian Blair afirmou que não há "absolutamente nada que sugira que isso foi um ataque suicida com bombas, embora nada nesse estágio possa ser descartado".
Uma reportagem -não confirmada- publicada hoje pelo periódico norte-americano "The New York Times" afirmava que as bombas haviam sido detonadas pelos chamados "timers" (aparelhos que permitem programar acionamento da bomba). Se isso for verdade, é provável que os terroristas estejam vivos e no Reino Unido.
A polícia divulgou ontem que cada uma das bombas devia conter cerca de 4,5 kg de explosivos e poderia ter sido carregada em mochilas comuns.
Especialistas comentavam que as mesmas foram feitas de forma pouco sofisticada, o que poderia indicar que os autores dos atentados agiram diretamente de Londres.
A imprensa britânica especulava ontem que a polícia cogita que os ataques estejam ligados a terroristas do norte da África. Informavam que o serviço de inteligência britânico havia pedido ajuda internacional para localizar o marroquino Mohammed al Gerbouzi, associado aos ataques de Madri e Casablanca, depois dos quais desapareceu de Londres, onde morava.
(ÉRICA FRAGA)

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