São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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Israel aprova libertação de 250 palestinos

Medida, que não inclui presos "com sangue nas mãos", busca fortalecer o presidente Mahmoud Abbas

Mohammed Ballas/Associated Press
Painel exibe retratos de palestinos pertencentes ao Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, e presos em Jenin, na Cisjordânia


DA REDAÇÃO

O gabinete israelense aprovou ontem a libertação de 250 prisioneiros palestinos. A medida tem o objetivo de fortalecer Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina e líder do partido laico Fatah - e isolar o grupo islâmico Hamas, que passou a controlar a faixa de Gaza militarmente há pouco menos de um mês.
"Penso que é um gesto que vale fazer", disse o premiê israelense, Ehud Olmert. "Queremos usar qualquer meio que possa reforçar os elementos moderados na Autoridade Nacional Palestina."
Olmert, contudo, afirmou que não serão soltos "prisioneiros com sangue nas mãos" -termo que Israel utiliza para se referir a palestinos presos por atentados que tenham provocado mortes de israelenses.
O premiê de Israel havia prometido libertar prisioneiros do Fatah, em uma cúpula com Abbas realizada no mês passado. A medida fazia parte de uma campanha para apoiar o gabinete de emergência nomeado por Abbas após a tomada de Gaza pelo Hamas.
Os dois líderes devem voltar a se reunir nesta semana.

Liga Árabe
Membros da Liga Árabe propuseram enviar negociadores a Israel nos próximos dias para conversar com o governo sobre sua proposta de paz.
As visitas dos ministros das Relações Exteriores do Egito e da Jordânia seriam as primeiras realizadas pelo grupo de trabalho da organização, que foi criado em abril passado.
Segundo fontes diplomáticas egípcias, o encontro pode ocorrer na próxima quinta-feira.
A proposta que será apresentada pelos representes da Liga Árabe oferece a Israel a normalização de suas relações com todos os Estados árabes.
Em troca, pede sua completa retirada dos territórios ocupados durante a Guerra dos Seis Dias -que completou 40 anos em junho passado-, a criação de um Estado palestino e também uma "solução justa" para os refugiados palestinos.
Autoridades israelenses haviam afirmado, na semana passada, acreditarem que o plano estaria suspenso devido às objeções sauditas aos esforços ocidentais de isolar os membros do Hamas.
Segundo a porta-voz do primeiro-ministro Ehud Olmert, Miri Eisin, "eles [egípcios e jordanianos] anunciaram suas intenções, mas o encontro ainda não foi agendado".

Primeiro encontro
A ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, encontrou-se ontem com o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, em Jerusalém. Foi o primeiro encontro entre ambos desde que Livni assumiu o gabinete. O Hamas não reconheceu o governo de emergência criado por Abbas e manteve Ismail Haniyieh no cargo.
A conversa entre Livni e Fayyad girou, sobretudo, em torno da situação da Autoridade Nacional Palestina e dos meios para melhorar as vidas dos moradores dos territórios ocupados, preservando, ao mesmo tempo, os interesses de segurança israelenses.


Com agências internacionais


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