DA REDAÇÃO

O presidente francês Nicolas Sarkozy desapontou ontem milhares de prisioneiros ao se recusar a sancionar o tradicional perdão do dia da queda da Bastilha, que se comemora em 14 de julho.
Seus dois predecessores, Jacques Chirac e François Miterrand, soltavam presos condenados a penas leves. A medida acabava por desafogar as prisões francesas, em geral superpovoadas.
Sarkozy, que venceu as eleições em maio passado, afirmou que pretende dar um fim à prática. "Não haverá mais perdão em massa", afirmou em uma entrevista ao "Journal de Dimanche".
"A proposta apresentada a mim foi de soltura de 3.000 prisioneiros. Mas desde quando o direito ao perdão pode ser usado para desafogar as prisões?", perguntou.
As 188 penitenciárias francesas abrigam cerca de 61 mil presos, mas foram construídas para abrigas apenas 50 mil, segundo dados oficiais.
O Partido Socialista apoiou a decisão de Sarkozy, mas disse que o governo precisa agir imediatamente para melhorar as condições das prisões. "Se essa renúncia à clemência coletiva não for acompanhada por [tais] medidas, haverá tensões que não levarão muito tempo para surgir", afirmou o líder do partido François Hollande.