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11/9 - CINCO ANOS DEPOIS
Pior ataque em Cabul desde invasão americana mata 16
Americanos acusam o Taleban, que, por meio de suposto porta-voz, assume autoria
Carro-bomba se chocou com veículo militar dos EUA perto da embaixada do país na capital afegã; 2 soldados americanos morreram
DA REDAÇÃO
No pior atentado na capital
afegã desde o ataque dos EUA
ao país, em 2001, um carro-bomba se chocou com um veículo militar americano, perto
da Embaixada dos EUA em Cabul, e deixou 16 mortos, inclusive dois soldados, e 29 feridos.
Militares americanos culparam "extremistas do Taleban"
pela ação na capital. Um suposto porta-voz do grupo, retirado
do poder pelos EUA em 2001,
assumiu a responsabilidade,
segundo uma agência de notícias afegã.
No mesmo dia, ao menos 20
militantes do Taleban foram
mortos em operação da Otan.
Com isso, já são ao menos 290
desde o dia 2, quando a aliança
militar ocidental intensificou
os combates no Afeganistão. O
comandante da Otan pediu anteontem reforço de 2.000 homens ao contingente de cerca
de 20 mil da aliança no país.
O atentado agitou o que se esperava seria um dia calmo de
orações para os muçulmanos e
expôs a vulnerabilidade da capital afegã a ataques após quase
cinco anos desde a retirada do
Taleban do poder.
A explosão ocorreu de manhã (no horário local), no centro de Cabul, a apenas 50 m de
uma praça que leva à principal
entrada do fortificado complexo da embaixada americana.
Uma testemunha afirmou ter
visto um Toyota Corolla azul,
conduzido por um homem jovem, ultrapassar em alta velocidade outro carro e se chocar
com um veículo militar dos
EUA em um comboio.
O comando militar americano no Afeganistão anunciou
inicialmente que outros dois de
seus soldados haviam se ferido
na ação, mas depois diminuiu
esse número para um. O suicida
que conduzia o carro-bomba
foi o 17º morto.
Entre os mortos, está Bibi
Omayra, que havia saído para
levar sua neta a um jardim perto de onde morava. "Minha
mãe havia acabado de sair com
minha filha. Um estilhaço a
acertou no peito e a matou", declarou Farid Wahidi, 40.
O presidente do Afeganistão,
Hamid Karzai, divulgou nota
condenando o atentado. "O
atroz ato de terrorismo de hoje
[ontem] é contra os valores do
islã e da humanidade", disse.
Nesta semana, ele havia se
reunido em Cabul com o ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, para discutir o aumento
da cooperação entre os dois governos, aliados dos EUA, na
tentativa de derrotar "o inimigo comum" que é o terrorismo.
Com agências internacionais
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