São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2006

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11/9 - CINCO ANOS DEPOIS

Pior ataque em Cabul desde invasão americana mata 16

Americanos acusam o Taleban, que, por meio de suposto porta-voz, assume autoria

Carro-bomba se chocou com veículo militar dos EUA perto da embaixada do país na capital afegã; 2 soldados americanos morreram

DA REDAÇÃO

No pior atentado na capital afegã desde o ataque dos EUA ao país, em 2001, um carro-bomba se chocou com um veículo militar americano, perto da Embaixada dos EUA em Cabul, e deixou 16 mortos, inclusive dois soldados, e 29 feridos.
Militares americanos culparam "extremistas do Taleban" pela ação na capital. Um suposto porta-voz do grupo, retirado do poder pelos EUA em 2001, assumiu a responsabilidade, segundo uma agência de notícias afegã.
No mesmo dia, ao menos 20 militantes do Taleban foram mortos em operação da Otan. Com isso, já são ao menos 290 desde o dia 2, quando a aliança militar ocidental intensificou os combates no Afeganistão. O comandante da Otan pediu anteontem reforço de 2.000 homens ao contingente de cerca de 20 mil da aliança no país.
O atentado agitou o que se esperava seria um dia calmo de orações para os muçulmanos e expôs a vulnerabilidade da capital afegã a ataques após quase cinco anos desde a retirada do Taleban do poder.
A explosão ocorreu de manhã (no horário local), no centro de Cabul, a apenas 50 m de uma praça que leva à principal entrada do fortificado complexo da embaixada americana.
Uma testemunha afirmou ter visto um Toyota Corolla azul, conduzido por um homem jovem, ultrapassar em alta velocidade outro carro e se chocar com um veículo militar dos EUA em um comboio.
O comando militar americano no Afeganistão anunciou inicialmente que outros dois de seus soldados haviam se ferido na ação, mas depois diminuiu esse número para um. O suicida que conduzia o carro-bomba foi o 17º morto.
Entre os mortos, está Bibi Omayra, que havia saído para levar sua neta a um jardim perto de onde morava. "Minha mãe havia acabado de sair com minha filha. Um estilhaço a acertou no peito e a matou", declarou Farid Wahidi, 40.
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, divulgou nota condenando o atentado. "O atroz ato de terrorismo de hoje [ontem] é contra os valores do islã e da humanidade", disse.
Nesta semana, ele havia se reunido em Cabul com o ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, para discutir o aumento da cooperação entre os dois governos, aliados dos EUA, na tentativa de derrotar "o inimigo comum" que é o terrorismo.


Com agências internacionais

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