São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2006

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Relatório do Senado confirma que não havia ligação entre Saddam e Al Qaeda

DA REDAÇÃO

Um relatório divulgado ontem pela Comissão de Inteligência do Senado americano confirmou que nunca houve evidências de ligação entre o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e o grupo terrorista Al Qaeda. E desmentiu o presidente George W. Bush, que usava o suposto vínculo como um dos motivos para a urgência em atacar o Iraque, em 2003.
O relatório, último de uma série de investigações sobre os antecedentes da Guerra do Iraque, comprova, mais uma vez, que derrubar Saddam Hussein não tinha nada a ver com a chamada "guerra ao terror".

Arma para a oposição
O texto se transformou em uma arma para a oposição democrata em plena campanha para as eleições legislativas americanas de novembro. Bush, que teme perder a maioria no Congresso, tem feito sucessivos discursos enfatizando a ligação entre a ocupação do Iraque e o terrorismo.
Um dos citados no relatório é o ex-chanceler iraquiano Tariq Aziz, que, interrogado pelo FBI, disse que Hussein só tinha "opiniões negativas" sobre Osama Bin Laden.
O relatório também comprova que Hussein não mantinha contato com Abu Musab Al Zarqawi, dirigente da Al Qaeda, morto em 7 de junho em um ataque aéreo no Iraque. Há quinze dias, Bush falou que Saddam e Zarqawi mantinham contatos.
Senadores democratas disseram que os dados mostram que Bush, o vice-presidente, Dick Cheney e a secretária de Estado, Condoleezza Rice, enganaram a população para conseguir mais apoio à invasão do Iraque.
Este relatório mostra que as alegações do governo de que havia uma relação entre a Al Qaeda e o Iraque estavam erradas, e tentaram explorar a profunda insegurança entre os americanos no imediato momento pós-11 de Setembro", disse John Rockefeller, senador de Virgínia Ocidental.
Críticos da invasão do Iraque dizem há muito tempo que o governo usou argumentos falsos ou informação errada para justificar a guerra.
O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse que não havia "nada de novo" no relatório e que membros dos dois partidos haviam concordado antes da guerra que Saddam Hussein era uma "ameaça" aos Estados Unidos.


Com agências internacionais


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