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Relatório do Senado confirma que não havia ligação entre Saddam e Al Qaeda
DA REDAÇÃO
Um relatório divulgado ontem pela Comissão de Inteligência do Senado americano
confirmou que nunca houve
evidências de ligação entre o
ex-ditador iraquiano Saddam
Hussein e o grupo terrorista Al
Qaeda. E desmentiu o presidente George W. Bush, que usava o suposto vínculo como um
dos motivos para a urgência em
atacar o Iraque, em 2003.
O relatório, último de uma
série de investigações sobre os
antecedentes da Guerra do Iraque, comprova, mais uma vez,
que derrubar Saddam Hussein
não tinha nada a ver com a chamada "guerra ao terror".
Arma para a oposição
O texto se transformou em
uma arma para a oposição democrata em plena campanha
para as eleições legislativas
americanas de novembro.
Bush, que teme perder a maioria no Congresso, tem feito sucessivos discursos enfatizando
a ligação entre a ocupação do
Iraque e o terrorismo.
Um dos citados no relatório é
o ex-chanceler iraquiano Tariq
Aziz, que, interrogado pelo FBI,
disse que Hussein só tinha
"opiniões negativas" sobre
Osama Bin Laden.
O relatório também comprova que Hussein não mantinha
contato com Abu Musab Al
Zarqawi, dirigente da Al Qaeda,
morto em 7 de junho em um
ataque aéreo no Iraque. Há
quinze dias, Bush falou que
Saddam e Zarqawi mantinham
contatos.
Senadores democratas disseram que os dados mostram que
Bush, o vice-presidente, Dick
Cheney e a secretária de Estado, Condoleezza Rice, enganaram a população para conseguir mais apoio à invasão do
Iraque.
Este relatório mostra que as
alegações do governo de que
havia uma relação entre a Al
Qaeda e o Iraque estavam erradas, e tentaram explorar a profunda insegurança entre os
americanos no imediato momento pós-11 de Setembro",
disse John Rockefeller, senador de Virgínia Ocidental.
Críticos da invasão do Iraque
dizem há muito tempo que o
governo usou argumentos falsos ou informação errada para
justificar a guerra.
O porta-voz da Casa Branca,
Tony Snow, disse que não havia
"nada de novo" no relatório e
que membros dos dois partidos
haviam concordado antes da
guerra que Saddam Hussein
era uma "ameaça" aos Estados
Unidos.
Com agências internacionais
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