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Sarkozy "culpa" Espanha por fluxo de ilegais
Pré-candidato à Presidência da França defendeu ainda a suspensão do diálogo pela adesão da Turquia à UE
DA REDAÇÃO
Nicolas Sarkozy, ministro
francês do Interior e pré-candidato conservador à Presidência
da França, criticou ontem indiretamente o governo espanhol
pelo aumento do fluxo de imigrantes ilegais africanos e se
disse contrário à adesão da
Turquia à União Européia.
"Que os Estados que realizaram regularizações maciças [de
imigrantes] sem pedir a autorização ou mesmo a opinião de
seus sócios não se surpreendam de se encontrarem hoje na
primeira linha do fluxo de clandestinos", disse Sarkozy.
Em 2005, o governo espanhol decidiu regularizar a situação de 700 mil imigrantes
ilegais. Depois, optou por seguir a política da UE e endurecer a vigilância das fronteiras.
Agora, o país enfrenta um
fluxo recorde de africanos para
as ilhas Canárias. Em 2006,
mais de 18 mil imigrantes ilegais chegaram às Canárias
-4.772 deles só em agosto,
mais do que em 2005 todo.
Anteontem, o presidente da
Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, pediu "solidariedade" dos membros do
bloco com com os espanhóis.
Sarkozy disse estar de acordo
com o pedido, mas exigiu que
"não se tomem mais decisões"
sem advertir os sócios.
O ministro disse ainda que as
negociações sobre a adesão da
Turquia à UE devem ser suspensas. "Devemos, por muitas
razões, aprofundar as relações
com a Turquia mas sem ir tão
longe quanto torná-la membro
pleno", disse. "Temos de dizer
quem é europeu e quem não é."
Sarkozy também delineou
um plano de três anos para "relançar" a União Européia, com
a adoção de um minitratado como alternativa à Constituição
européia, rejeitada em plebiscitos na França e na Holanda.
O tratado mudaria o sistema
de votação do bloco -por maioria "superqualificada" de até
80% dos votos e não por unanimidade, como é hoje -e poria
fim aos vetos nacionais. Outra
mudança seria fixar as fronteiras externas do bloco para limitar uma futura expansão.
"Tudo isso poderia ser negociado rapidamente sem reabrir
o debate político sobre temas
em que se chegou a um acordo.
Seria uma saída para aqueles
países que votaram "não" [à
Constituição] sem humilhar
aqueles que votaram "sim"."
Com agências internacionais
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