São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2006

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Sarkozy "culpa" Espanha por fluxo de ilegais

Pré-candidato à Presidência da França defendeu ainda a suspensão do diálogo pela adesão da Turquia à UE

DA REDAÇÃO

Nicolas Sarkozy, ministro francês do Interior e pré-candidato conservador à Presidência da França, criticou ontem indiretamente o governo espanhol pelo aumento do fluxo de imigrantes ilegais africanos e se disse contrário à adesão da Turquia à União Européia.
"Que os Estados que realizaram regularizações maciças [de imigrantes] sem pedir a autorização ou mesmo a opinião de seus sócios não se surpreendam de se encontrarem hoje na primeira linha do fluxo de clandestinos", disse Sarkozy.
Em 2005, o governo espanhol decidiu regularizar a situação de 700 mil imigrantes ilegais. Depois, optou por seguir a política da UE e endurecer a vigilância das fronteiras.
Agora, o país enfrenta um fluxo recorde de africanos para as ilhas Canárias. Em 2006, mais de 18 mil imigrantes ilegais chegaram às Canárias -4.772 deles só em agosto, mais do que em 2005 todo.
Anteontem, o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, pediu "solidariedade" dos membros do bloco com com os espanhóis. Sarkozy disse estar de acordo com o pedido, mas exigiu que "não se tomem mais decisões" sem advertir os sócios.
O ministro disse ainda que as negociações sobre a adesão da Turquia à UE devem ser suspensas. "Devemos, por muitas razões, aprofundar as relações com a Turquia mas sem ir tão longe quanto torná-la membro pleno", disse. "Temos de dizer quem é europeu e quem não é."
Sarkozy também delineou um plano de três anos para "relançar" a União Européia, com a adoção de um minitratado como alternativa à Constituição européia, rejeitada em plebiscitos na França e na Holanda.
O tratado mudaria o sistema de votação do bloco -por maioria "superqualificada" de até 80% dos votos e não por unanimidade, como é hoje -e poria fim aos vetos nacionais. Outra mudança seria fixar as fronteiras externas do bloco para limitar uma futura expansão.
"Tudo isso poderia ser negociado rapidamente sem reabrir o debate político sobre temas em que se chegou a um acordo. Seria uma saída para aqueles países que votaram "não" [à Constituição] sem humilhar aqueles que votaram "sim"."


Com agências internacionais

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