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Soberania é reconhecida por só 24 países
DA ENVIADA A TAIWAN
A briga de Taiwan para entrar na ONU sob seu próprio
nome é o lado mais aparente
de outra cruzada bem mais
complexa: ser reconhecido
como país soberano por outras nações. Hoje, os Estados
que mantém laços diplomáticos oficiais com Taipé se
restringem a 24 -eram 25
até junho, quando o presidente costarriquenho, Oscar
Arias, virou as costas para se
voltar a Pequim.
São invariavelmente países pequenos, a maioria na
América Central, no Pacífico
e na África -na América do
Sul, apenas o Paraguai tem
um embaixador taiwanês.
O Brasil, como os EUA e os
países europeus, apóia a política de "uma só China" -a
mesma que levou a ONU a
expulsar Taipé de sua Assembléia Geral em 1971. Mas
frisa que não concorda com o
uso da força para isso.
O não-reconhecimento da
soberania, no entanto, não é
obstáculo para manter boas
relações econômicas com o
país, cujo crescimento alucinante no fim dos anos 80 e
começo dos 90 rendeu-lhe o
epíteto de Tigre Asiático ao
lado da Coréia do Sul, Hong
Kong e Cingapura.
Os EUA são hoje o segundo
maior parceiro comercial, e
as exportações -concentradas no setor de alta tecnologia, sobretudo semicondutores- têm sustentado um ritmo de crescimento econômico acima dos 4%. O primeiro
lugar cabe, aliás, à China,
destino de 40% das exportações e de 70% do investimento externo.
Como o vizinho continental, Taiwan também tem usado o apoio financeiro para
manter seus aliados. Mas na
comparação de seu mercado
consumidor de 22,8 milhões
de pessoas com o 1,3 bilhão
de chineses, muitos não conseguem resistir à China.
Taipé então lança mão de
seu bom histórico de liberdades políticas e civis, que tanto o distancia de Pequim: depois da abertura política
-iniciada nos anos 80 e consolidada com as eleições de
1996, as primeiras livres na
ilha-, Taiwan é freqüentemente citada como uma das
democracias mais sólidas da
Ásia e aparece sempre bem
posicionada em listas de respeito aos Direitos Humanos.
Ainda assim, vários diplomatas -ecoando a voz de
muita gente no país- acham
que tentar expandir os laços
atuais beira a ingenuidade.
"Devíamos, isso sim, nos
concentrar em preservar os
que temos agora", disse um
deles à Folha.
(LC)
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