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Petrobras diz confiar no governo boliviano e não temer corte no fornecimento de gás
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras diz não estar
preocupada com os desdobramentos da crise na Bolívia e,
por isso, não prevê ações adicionais ao plano de contingência que já mantém desde 2004.
Ontem, no Rio, a diretoria de
Gás e Energia da estatal, Maria
das Graças Foster, chegou a
afirmar que o governo boliviano é o fornecedor mais confiável que conhece. "Diria que não
estamos preocupados com a
Bolívia, porque acredito absolutamente no bom senso. Não
conheço supridor mais confiável do que aqueles bolivianos.
Eles são precisos."
Sobre o temor de executivos
da Petrobras -e de outras empresas que operam no gasoduto
Brasil-Bolívia- de que haja interrupção no fornecimento de
gás, provocada pelo fechamento de algumas das centenas de
válvulas localizadas em Tarija,
Foster afirmou que a segurança
do gasoduto é responsabilidade
do governo boliviano.
A diretora da Petrobras disse
ainda que a estatal está usando
a capacidade máxima do gasoduto, o chamado "empacotamento". "Temos mantido o gasoduto empacotado, que é o
máximo de gás que pode ser estocado nesse duto. E a gente administra a colocação desse gás."
Bloqueio de estradas
Hoje, o Brasil importa da Bolívia 31,7 milhões de metros cúbicos de gás por dia -cerca de
metade do que o país consome.
Mas a produção nacional cresceu nos últimos dois anos, e hoje são processados internamente 62 milhões de metros
cúbicos por dia.
"A gente tem a tranqüilidade
de ter muito mais previsibilidade em relação aos níveis dos reservatórios. Mas até agora não
temos nenhum sinal forte inequívoco de que a gente possa
perder nem uma molécula de
gás sequer", disse Foster.
Já em Santa Cruz de la Sierra,
onde estão concentrados os escritórios de empresas do setor
de petróleo, o clima é outro.
Um dos executivos brasileiros
que trabalham na Bolívia diz
que o maior problema hoje é
garantir o abastecimento das
usinas, já que as rodovias de diversos departamentos estão
bloqueadas. Além dos insumos
necessários à produção, as empresas precisam garantir até o
deslocamento de seus funcionários aos locais de trabalho.
As empresas que atuam no
setor de gás e petróleo não temem que os manifestantes
ocupem ou danifiquem as instalações, pois são liderados por
políticos que têm uma visão favorável à iniciativa privada.
O temor é que, para pressionar países vizinhos, como Brasil e Argentina, os manifestantes comecem a promover interrupções esporádicas do fornecimento de gás. A indústria
paulista importa da Bolívia
75% do gás que consome.
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