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BP culpa parceiras por vazamento de plataforma
Empresa indica falhas de subcontratadas em desastre no golfo do México
Relatório, baseado em 4 meses de investigações, é recebido como ensaio de peça de defesa para esperada batalha legal
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A BP divulgou ontem relatório sobre o vazamento de
petróleo no golfo do México
em que joga a maior parte do
peso do desastre ambiental
para empresas subcontratadas na exploração do poço.
No texto, de 193 páginas e
baseado em quatro meses de
investigações, a empresa britânica diz que "nenhum fator
em particular provocou a tragédia no poço de Macondo".
"Em vez disso, uma complexa e interligada cadeia de
mau julgamento humano, falhas mecânicas, de projeto,
de implementação operacional e de ação de equipes levou à escalada do acidente."
No dia 20 de abril, uma explosão na plataforma Deepwater Horizon matou 11 pessoas e feriu outras 17, dando
origem a um vazamento de
até 5 milhões de barris de petróleo em quase três meses.
Se confirmada, a estimativa faz da tragédia ambiental
a mais grave da história, só
contida em meados de julho
e após sucessivos fracassos
de contenção do vazamento.
A BP atribui a maior parte
da culpa para a Halliburton
-da qual o ex-vice-presidente dos EUA Dick Cheney foi
CEO- e a Transocean.
A empresa critica, entre
outros pontos, uma barreira
de cimento na base do poço,
produzida pela Halliburton,
e a ausência de testes de um
sistema de prevenção de acidentes -que seria de responsabilidade da Transocean.
A BP admite, no entanto,
que funcionários seus -junto com os da Transocean-
não reagiram de maneira
apropriada depois dos primeiros sinais do vazamento
que provocaria a explosão.
PEÇA DE DEFESA
A investigação, porém,
não é conclusiva, uma vez
que a equipe de cerca de 50
pessoas -liderada pelo chefe de segurança da BP, Mark
Bly- não teve acesso a várias
testemunhas nem ao equipamento que falhou em conter
o vazamento, retirado do leito do golfo no último sábado.
Mas, para analistas, o relatório serve para antecipar a
linha de defesa da empresa
britânica ante a batalha legal
que se anuncia pela reparação dos danos causados pelo
acidente a moradores, à economia e ao meio ambiente.
Órgãos do governo americano também investigam o
acidente, e o Departamento
da Justiça avalia apresentar
acusações civis e criminais
contra a empresa britânica.
O prejuízo à BP causado
pela tragédia ultrapassava os
US$ 20 bilhões no final de julho, e a empresa já se comprometeu a arcar com US$
32,2 bilhões em reparações.
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