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Causa de Sakineh é disputada por aliados
ONG, advogados e familiares da iraniana condenada a morrer apedrejada trocam acusações de oportunismo
Defensores de iraniana, isolada no presídio de Tabriz há quatro anos, travam uma guerra de versões sobre o caso
GABRIELA MANZINI
DE SÃO PAULO
Sakineh Ashtiani, a iraniana que virou causa célebre
em todo o mundo depois de
ser condenada a morrer apedrejada pelo crime de adultério, vem sendo disputada por
parentes, advogados que supostamente agem em seu nome e uma ONG que atua como a sua "guardiã".
Desde que o advogado
contratado para recorrer da
sentença de morte, Mohammad Mostafaei, fugiu do Irã,
ele e o filho de Sakineh, Sajjad, trocam farpas.
Nesta semana, a polêmica
sobre uma foto identificada
erroneamente pelo londrino
"Times" como sendo de Sakineh sem véu islâmico acirrou
os ânimos ao máximo.
O jornal culpou Mostafaei
pelo engano, e o Comitê Internacional contra o Apedrejamento (Icas, na sigla em inglês) espalhou a informação
de que isso havia rendido a
Sakineh a punição de 99 chibatadas, reiterando pedidos
de que o advogado não volte
a comentar o processo.
Mostafaei reagiu em enérgica carta na qual acusa a líder do Icas, Mina Ahadi, ativista membro do banido Partido Comunista do Irã que vive exilada em Colônia, de forjar declarações de Sajjad e
mentir sobre o castigo.
O texto gerou uma resposta histérica do comitê, que vê
no ataque de Mostafaei razão
política, pois o considera defensor do regime. "Só posso
aconselhá-lo a tentar ser maduro, e talvez menos oportunista, e diferenciar a agenda
política do caso", afirma.
Sakineh permanece isolada na prisão de Tabriz desde
2006. Os filhos dizem tê-la visitado frequentemente até o
mês passado, quando começaram a ser barrados.
Desde junho último, a história de Sakineh ganhou status de prioridade e se tornou
bem mais que um simples incômodo para Teerã, que luta
para retratá-la como uma ré
comum. Para a defesa, a iraniana condenada a uma morte cruel é símbolo de violação
aos direitos humanos.
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