São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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Petrobras só sairá indenizada, diz Amorim

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que a Petrobras só deixará o Equador quando for indenizada pelos investimentos feitos no país.
"Se as condições não forem favoráveis, no final das contas a Petrobras sai, desde que possa sair adequadamente, sendo compensada pelos investimentos que tiver feito."
Amorim disse que o governo brasileiro vem acompanhando as negociações entre a empresa e o governo equatoriano, mas que não pode interferir diretamente nesse processo.
"Não se pode dar importância para o excesso de declarações. Uma coisa é um jogo de mídia, outra coisa é o que está sendo negociado."
Anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a Petrobras poderá deixar o Equador se não houver um acordo satisfatório para que a empresa continue suas atividades exploratórias, mas se disse confiante em uma resolução, nem que seja política.
No último sábado, o presidente do Equador, Rafael Correa, ameaçou nacionalizar o bloco 18 da Petrobras, que produz 32 mil barris de petróleo por dia, caso a empresa não renegocie seu contrato.
O equatoriano ordenou a renegociação de todos os contratos das petroleiras para que o país fique com toda a extração, em troca do pagamento dos custos de produção e uma margem de lucro às companhias.
As pressões sobre a Petrobras aumentaram depois que não houve acordo entre a empresa e Quito até o dia 26 de setembro, prazo fixado pelo governo Correa.
O bloco 18 é o único operado pela Petrobras no Equador. A estatal devolveu recentemente o bloco 31, que ainda não estava em produção. A companhia brasileira negocia ainda uma solução para um oleoduto no qual é sócia no norte do país.
A empresa também é alvo de uma investigação para determinar se está explorando ilegalmente o bloco de petróleo vizinho ao 18, o Palo Azul, ou se os dois campos de petróleo são "unificados". Caso a conclusão seja desfavorável à petroleira, a exploração ficará inviabilizada.


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