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Petrobras só sairá indenizada, diz Amorim
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse
ontem que a Petrobras só deixará o Equador quando for indenizada pelos investimentos
feitos no país.
"Se as condições não forem
favoráveis, no final das contas a
Petrobras sai, desde que possa
sair adequadamente, sendo
compensada pelos investimentos que tiver feito."
Amorim disse que o governo
brasileiro vem acompanhando
as negociações entre a empresa
e o governo equatoriano, mas
que não pode interferir diretamente nesse processo.
"Não se pode dar importância para o excesso de declarações. Uma coisa é um jogo de
mídia, outra coisa é o que está
sendo negociado."
Anteontem, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a Petrobras poderá
deixar o Equador se não houver
um acordo satisfatório para
que a empresa continue suas
atividades exploratórias, mas
se disse confiante em uma resolução, nem que seja política.
No último sábado, o presidente do Equador, Rafael Correa, ameaçou nacionalizar o
bloco 18 da Petrobras, que produz 32 mil barris de petróleo
por dia, caso a empresa não renegocie seu contrato.
O equatoriano ordenou a renegociação de todos os contratos das petroleiras para que o
país fique com toda a extração,
em troca do pagamento dos
custos de produção e uma margem de lucro às companhias.
As pressões sobre a Petrobras aumentaram depois que
não houve acordo entre a empresa e Quito até o dia 26 de setembro, prazo fixado pelo governo Correa.
O bloco 18 é o único operado
pela Petrobras no Equador. A
estatal devolveu recentemente
o bloco 31, que ainda não estava
em produção. A companhia
brasileira negocia ainda uma
solução para um oleoduto no
qual é sócia no norte do país.
A empresa também é alvo de
uma investigação para determinar se está explorando ilegalmente o bloco de petróleo
vizinho ao 18, o Palo Azul, ou se
os dois campos de petróleo são
"unificados". Caso a conclusão
seja desfavorável à petroleira, a
exploração ficará inviabilizada.
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