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ONU renovará por um ano mandato de missão no Haiti
Resolução cita fragilidade da segurança no país
TAHIANE STOCHERO
DO AGORA, EM NOVA YORK
O Conselho de Segurança da
ONU decidiu renovar ontem
por um ano, até 15 de outubro
de 2009, o mandato da Minustah (Missão das Nações Unidas
para Estabilização do Haiti),
cujo líder militar é o Brasil.
A resolução, aprovada por
unanimidade pelos 15 membros do CS em debate formal,
mostra preocupação com a
"fragilidade da segurança" haitiana, diz que "o tráfico de drogas e armas continua a afetar a
estabilidade das fronteiras" e
determina o envio imediato de
16 navios para patrulhar o país
Criada em 2004 após a queda
do então presidente Jean-Bertrand Aristide, deposto em uma
onda de violência que varreu o
Haiti, a Minustah possui 7.060
militares (1.200 deles, brasileiros) e 2.091 policiais.
No texto aprovado ontem, a
ONU mantém a mesma força
militar, mas pede maior empenho dos capacetes azuis para a
reforma da polícia haitiana, supervisionando treinamento e
seleção e promovendo atuação
conjunta em patrulhas na fronteira com a República Dominicana e na repressão ao crime
organizado no interior.
Segundo diplomatas ouvidos
pela Folha, a resolução neste
ano foi elaborada pelo "Grupo
2x9 pelo Haiti", que reúne os
ministros da Defesa e chanceleres dos nove países latino-americanos com soldados na
Minustah. Desta vez, o texto
não teria sofrido mudanças
nem pressões chinesas. Em
anos anteriores, a China vetou
a renovação do mandato da
missão por um ano devido à
violência e às relações amistosas do governo haitiano com
Taiwan -que Pequim vê como
Província rebelde.
A resolução, que só será divulgada oficialmente na próxima semana, cita problemas recentes enfrentados pelo Haiti,
como os protestos contra a alta
dos alimentos, que deixou ao
menos seis mortos e provocou
a queda do então premiê em
maio, e as mais de 800 mortes
causadas por sucessivos furacões. O texto diz ser necessário
apoio internacional para reduzir a pobreza e gerar empregos,
além de uma estratégia para lidar com catástrofes naturais.
A ONU felicita também "a
formação do novo governo" comandado pela premiê Michele
Piere-Loius, afirmando, porém, ser "ainda frágil" a estabilidade política e institucional.
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