São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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ONU renovará por um ano mandato de missão no Haiti

Resolução cita fragilidade da segurança no país

TAHIANE STOCHERO
DO AGORA, EM NOVA YORK

O Conselho de Segurança da ONU decidiu renovar ontem por um ano, até 15 de outubro de 2009, o mandato da Minustah (Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti), cujo líder militar é o Brasil.
A resolução, aprovada por unanimidade pelos 15 membros do CS em debate formal, mostra preocupação com a "fragilidade da segurança" haitiana, diz que "o tráfico de drogas e armas continua a afetar a estabilidade das fronteiras" e determina o envio imediato de 16 navios para patrulhar o país
Criada em 2004 após a queda do então presidente Jean-Bertrand Aristide, deposto em uma onda de violência que varreu o Haiti, a Minustah possui 7.060 militares (1.200 deles, brasileiros) e 2.091 policiais.
No texto aprovado ontem, a ONU mantém a mesma força militar, mas pede maior empenho dos capacetes azuis para a reforma da polícia haitiana, supervisionando treinamento e seleção e promovendo atuação conjunta em patrulhas na fronteira com a República Dominicana e na repressão ao crime organizado no interior.
Segundo diplomatas ouvidos pela Folha, a resolução neste ano foi elaborada pelo "Grupo 2x9 pelo Haiti", que reúne os ministros da Defesa e chanceleres dos nove países latino-americanos com soldados na Minustah. Desta vez, o texto não teria sofrido mudanças nem pressões chinesas. Em anos anteriores, a China vetou a renovação do mandato da missão por um ano devido à violência e às relações amistosas do governo haitiano com Taiwan -que Pequim vê como Província rebelde.
A resolução, que só será divulgada oficialmente na próxima semana, cita problemas recentes enfrentados pelo Haiti, como os protestos contra a alta dos alimentos, que deixou ao menos seis mortos e provocou a queda do então premiê em maio, e as mais de 800 mortes causadas por sucessivos furacões. O texto diz ser necessário apoio internacional para reduzir a pobreza e gerar empregos, além de uma estratégia para lidar com catástrofes naturais.
A ONU felicita também "a formação do novo governo" comandado pela premiê Michele Piere-Loius, afirmando, porém, ser "ainda frágil" a estabilidade política e institucional.


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