São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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Bogotá enviará representantes ao Equador

DA REDAÇÃO

A Colômbia anunciou que enviará representantes à cúpula da CAN (Comunidade Andina) em Guayaquil, no Equador, na semana que vem. A decisão de Bogotá de participar da reunião ocorre cinco dias após o presidente colombiano, Álvaro Uribe, ter desistido de ir ao encontro, alegando ter sido ofendido por declarações do colega equatoriano, Rafael Correa, em entrevista à Folha.
"O fato de o presidente não ir à CAN não quer dizer que a Colômbia não quer participar", disse o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez. Segundo ele, viajarão ao Equador funcionários das pastas de Relações Exteriores e de Comércio.
O chanceler reiterou que palavras do presidente equatoriano motivaram a desistência de Uribe. No último sábado, o governo do Equador atribuiu a um erro cometido pela Folha na transcrição da entrevista de Correa, publicada no dia 2, a culpa pela reação de Bogotá.
A Folha retificou o erro e publicou carta da ministra das Relações Exteriores equatoriana, María Isabel Salvador, sobre o tema.
Na entrevista, questionado pela reportagem se considerava superada a crise, Correa disse: "(...) houve uma clara agressão deliberada, desleal ao território equatoriano não por parte de um país que consideramos irmão, mas de um governo que considerávamos amigo".
No texto publicado pela Folha, foi incluído um "não" que mudou o sentido da frase: "(...) há uma clara agressão deliberada e desleal ao território equatoriano por parte de um país que consideramos irmão, porém tem um governo que não consideramos amigo".
Quito rompeu relações diplomáticas com Bogotá em março, após o ataque colombiano a uma base das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Equador.
Para além da crise bilateral, a CAN vive sua própria crise e a cúpula do dia 14 tem delicada agenda por conta das divergências nas negociações do bloco com a União Européia.
Inconformados com a resistência dos governos esquerdistas de Bolívia e Equador a pontos do acordo, os demais sócios, os pró-livre-comércio Peru e Colômbia, decidiram tratar isoladamente com o bloco europeu.
Anteontem, Uribe afirmou que a UE aceitou negociar em separado com Lima e Bogotá.


Com agências internacionais


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