São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2010

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Obama anuncia saída do assessor de Segurança Nacional

Declarações de general para livro de Woodward teriam precipitado mais nova baixa da equipe da Casa Branca

Vice-assessor, Thomas Donilon, considerado "amigo" e "dedicado" pelo presidente dos EUA, assumirá posto

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

A equipe de Barack Obama sofreu mais uma baixa. O presidente dos EUA anunciou, ontem, a saída do general James Jones do cargo de assessor de Segurança Nacional da Casa Branca.
Jones, que deve deixar o posto no fim deste mês, já havia antecipado a intenção de sair até o fim deste ano. O vice-assessor, Thomas Donilon, assumirá o seu lugar.
Analistas especulam que a antecipação se deva, principalmente, a dois fatores: a saída do chefe de gabinete Rahm Emanuel -o que teria feito Obama decidir acelerar a troca de time- e supostos comentários de Jones ao autor do livro "As Guerras de Obama" ("Obama's Wars"), Bob Woodward.
De acordo com a "Foreign Policy", a visão que se tem de Jones é a de alguém que nunca foi de fato assessor de segurança, por estar fora do círculo de confiança de Obama e por ter sido, algumas vezes, cortado de discussões de política internacional.
No livro de Woodward, Jones é retratado como alguém que não se relacionava bem com figuras-chave do governo, como Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.
Ele chegou a confrontar Rahm Emanuel, segundo o jornalista, porque ele lidava diretamente com Donilon em vez de procurá-lo.

LEALDADE
O vice no cargo, que no fim do mês assumirá o seu lugar, é visto como um assessor leal a Obama, cuja marca foi impressa em todas as decisões ligadas a política externa desde o início do mandato.
Ontem, ao anunciar a decisão, Obama se disse "extraordinariamente agradecido" a Jones, enfatizando que ele foi uma "voz firme" durante reuniões na Casa Branca e com líderes estrangeiros.
"Trabalhar como assessor de Segurança Nacional é umas das funções mais difíceis do governo", afirmou o presidente americano. "Mas Jim tem sido um funcionário público dedicado e um grande amigo para mim."
A saída de Jones acontece na esteira do anúncio de outras mudanças em postos- -chave do governo, a menos de um mês das eleições legislativas no país.
Nos últimos meses, entre outras perdas, Obama ficou sem dois de seus principais conselheiros econômicos, Larry Summers e Christina Romer, e precisou encontrar um substituto para o chefe de gabinete Rahm Emanuel, que deixou o governo na semana passada para concorrer à Prefeitura de Chicago.
Para agravar o quadro da equipe presidencial, está marcada para dezembro a revisão da polêmica estratégia americana no Afeganistão.
O especialista em segurança nacional do Instituto Brookings Steven Pifer, questionado pela Folha sobre o impacto da saída nas decisões do governo, afirmou que "é o presidente que determina a direção principal da política" na área.


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