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Obama anuncia saída do assessor de Segurança Nacional
Declarações de general para livro de Woodward teriam precipitado mais nova baixa da equipe da Casa Branca
Vice-assessor, Thomas Donilon, considerado "amigo" e "dedicado" pelo presidente dos EUA, assumirá posto
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
A equipe de Barack Obama
sofreu mais uma baixa. O
presidente dos EUA anunciou, ontem, a saída do general James Jones do cargo de
assessor de Segurança Nacional da Casa Branca.
Jones, que deve deixar o
posto no fim deste mês, já havia antecipado a intenção de
sair até o fim deste ano. O vice-assessor, Thomas Donilon, assumirá o seu lugar.
Analistas especulam que a
antecipação se deva, principalmente, a dois fatores: a
saída do chefe de gabinete
Rahm Emanuel -o que teria
feito Obama decidir acelerar
a troca de time- e supostos
comentários de Jones ao autor do livro "As Guerras de
Obama" ("Obama's Wars"),
Bob Woodward.
De acordo com a "Foreign
Policy", a visão que se tem de
Jones é a de alguém que nunca foi de fato assessor de segurança, por estar fora do círculo de confiança de Obama
e por ter sido, algumas vezes,
cortado de discussões de política internacional.
No livro de Woodward, Jones é retratado como alguém
que não se relacionava bem
com figuras-chave do governo, como Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.
Ele chegou a confrontar
Rahm Emanuel, segundo o
jornalista, porque ele lidava
diretamente com Donilon em
vez de procurá-lo.
LEALDADE
O vice no cargo, que no fim
do mês assumirá o seu lugar,
é visto como um assessor leal
a Obama, cuja marca foi impressa em todas as decisões
ligadas a política externa
desde o início do mandato.
Ontem, ao anunciar a decisão, Obama se disse "extraordinariamente agradecido" a Jones, enfatizando que
ele foi uma "voz firme" durante reuniões na Casa Branca e com líderes estrangeiros.
"Trabalhar como assessor
de Segurança Nacional é
umas das funções mais difíceis do governo", afirmou o
presidente americano. "Mas
Jim tem sido um funcionário
público dedicado e um grande amigo para mim."
A saída de Jones acontece
na esteira do anúncio de outras mudanças em postos-
-chave do governo, a menos
de um mês das eleições legislativas no país.
Nos últimos meses, entre
outras perdas, Obama ficou
sem dois de seus principais
conselheiros econômicos,
Larry Summers e Christina
Romer, e precisou encontrar
um substituto para o chefe de
gabinete Rahm Emanuel,
que deixou o governo na semana passada para concorrer à Prefeitura de Chicago.
Para agravar o quadro da
equipe presidencial, está
marcada para dezembro a revisão da polêmica estratégia
americana no Afeganistão.
O especialista em segurança nacional do Instituto
Brookings Steven Pifer, questionado pela Folha sobre o
impacto da saída nas decisões do governo, afirmou
que "é o presidente que determina a direção principal
da política" na área.
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