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São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

EUA lançam ofensiva militar na região de Tikrit; mais 2 soldados americanos são mortos em emboscada

Cruz Vermelha abandona Bagdá e Basra

DA REDAÇÃO

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou ontem que decidira fechar seus escritórios em Bagdá e Basra, no Iraque, devido a preocupações com a segurança. O anúncio foi feito no mesmo dia em que os EUA perderam mais dois soldados em ataques e lançaram uma operação militar na cidade de Tikrit em resposta à derrubada de um helicóptero na sexta.
"Estamos fechando temporariamente nossos escritórios em Bagdá e Basra", disse Florian Westphal, porta-voz da organização que tem sua base na Suíça. "Ainda estamos discutindo o que fazer com o nosso pessoal estrangeiro. A situação é extremamente perigosa e volátil", acrescentou.
A explosão de um carro-bomba no QG do CICV, no mês passado, matou 12 pessoas e levantou dúvidas quanto à capacidade das forças de ocupação de garantir segurança no Iraque.
Westphal confirmou reportagem publicada pelo jornal suíço "Tages-Anzeiger" na qual o presidente do CICV, Jakob Kellenberger, diz que o grupo decidiu que não operaria sob proteção militar. Segundo Kellenberger, isso seria incompatível com o conceito de ação humanitária independente.
"Mas continuaremos presentes no norte do Iraque", disse Westphal. O CICV já teve cerca de 30 estrangeiros e 600 iraquianos operando no país. Depois do ataque, o pessoal foi reduzido. Foi o primeiro atentado sofrido pelo CICV em 140 anos de história.
Em Tikrit, aviões e veículos blindados norte-americanos participaram de uma ofensiva contra supostos esconderijos de guerrilheiros, depois que seis soldados dos EUA foram mortos na derrubada de um helicóptero Black Hawk na sexta-feira. Tikrit é a cidade natal de Saddam Hussein e um dos principais núcleos de resistência aos EUA.

Novas baixas
Em Fallujah, a oeste de Bagdá, dois soldados dos EUA foram mortos ontem e um terceiro ficou ferido depois que uma bomba explodiu quando o veículo em que se encontravam passava. Desde que George W. Bush decretou o fim das principais operações de combate, em 1º de maio, pelo menos 149 soldados dos EUA morreram em ações hostis no Iraque.
Em Teerã, o influente aiatolá Ali Meshkini negou que os iraquianos que atacam tropas americanas sejam terroristas. "Pessoas que usam bombas contra os EUA não são terroristas porque estão defendendo suas vidas e propriedades contra ladrões", disse.
O tenente-coronel Steve Russell da 4ª Divisão de Infantaria, baseada em Tikrit, confirmou ontem que o Black Hawk foi derrubado por guerrilheiros.
Segundo o major Josslyn Aberle, também da 4ª Divisão de Infantaria, a ação em Tikrit foi uma "demonstração de força". Comunicado do Exército dos EUA informa que os ataques fazem parte da Operação Ciclone de Heras, concebida para caçar membros da resistência na área de Tikrit. Segundo o texto, a operação já resultou em 16 prisões e provocou a morte de cinco pessoas.
Os EUA também informaram que conseguiram capturar um dos ex-guarda-costas de Saddam Hussein. Ele teria sido apanhado ao sul de Kirkuk.


Com agências internacionais


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