São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006

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ELEIÇÕES NOS EUA / MULHERES NO PODER

Eleição amplia participação feminina

Ao assumir presidência da Câmara, a democrata Nancy Pelosi se tornará a mulher mais poderosa da história política dos EUA

Mulheres estarão à frente de nove Estados, Congresso terá ao menos 86 mulheres; em NY, Hillary obteve 2/3 dos votos para o Senado

Karen Bleier/France Presse
A democrata Nancy Pelosi, que deve ser a primeira presidente da Câmara; mulheres levaram ao menos 70 cadeiras no Congresso


DA REDAÇÃO

As eleições que consagraram a vitória democrata ontem também elevaram a uma nova estatura a participação das mulheres na política americana. O maior símbolo dessa ascensão é Nancy Pelosi, que deve se tornar não apenas a primeira democrata a presidir a Câmara dos Representantes (deputados federais) em 12 anos mas também a primeira mulher a fazê-lo na história do país.
Pelosi, 66, chega à liderança da Casa com uma agenda ambiciosa: prometeu, em suas primeiras horas de trabalho, aprovar o aumento do salário mínimo nacional, adotar as principais recomendações feitas pela comissão do 11 de Setembro em matéria de política antiterrorista, forçar a redução nos preços dos medicamentos por meio de mudanças na legislação e tornar mais rígidas as regras de ética da Casa.
Ontem, em suas primeiras declarações após o anúncio do triunfo democrata, Pelosi adotou um tom conciliatório ao dizer que será a "presidente da Casa e não dos democratas".
"Os democratas estão prontos para liderar. Estamos preparados para governar. E vamos fazê-lo trabalhando junto com o governo e os republicanos no Congresso em parceria, não em partidarismo."
Mas salientou que os eleitores "falaram de mudanças e de uma nova direção para todos os americanos".
Pelosi fez história há quatro anos ao se tornar a primeira mulher a liderar uma bancada partidária em quaisquer das Casas do Congresso.
Sob sua liderança, o bloco democrata formou um front unificado contra o presidente George W. Bush e os republicanos. De acordo com a publicação "Congressional Quaterly", seus correligionários votaram segundo a linha do partido 88% das vezes em 2005, um dos maiores históricos de coesão do partido -um desafio que terá de manter.
"É um verdadeiro mar de mudanças com mulheres assumindo poder político e mostrando-o da maneira mais visível possível, ao eleger Nancy Pelosi como presidente", disse Ellen Malcolm, presidente da Emily's List, de apoio a candidatas democratas.

Adesões
O novo Senado americano terá o número recorde de 16 mulheres, com duas novas adesões. Serão ainda pelo menos 70 deputadas -três a mais- e nove governadoras. O Congresso permanece, porém, predominantemente masculino.
No Senado, destaca-se a vitória importante de Hillary Clinton, com mais de dois terços dos votos em Nova York -alimentando as especulações sobre sua indicação como candidata democrata às eleições presidenciais de 2008.
"A mensagem não poderia ter sido mais clara: é tempo para uma nova direção", disse Hillary, ecoando o tom das declarações de Pelosi.


Com agências internacionais

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