São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006

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Na apuração, Bush se isolou com assessores

JIM RUTENBERG
DO "NEW YORK TIMES"

Desta vez não houve imagens alegres do presidente Bush recebendo os resultados da eleição na companhia de amigos e familiares, instalados em torno de um bufê bem abastecido na ala residencial da Casa Branca. A cena de 2004 se repetiu, mas, diante dos sinais generalizados de que os democratas estavam na dianteira, os participantes preferiram realizá-la a portas fechadas. A Casa Branca não convidou equipes de TV para registrar o momento.
Até o último minuto, a Presidência manteve firmemente o otimismo adotado pelo presidente. Na manhã da terça-feira, em um vôo de Washington para o Texas, o porta-voz, Tony Snow, recusou-se mais uma vez a responder perguntas sobre o que Bush faria caso os democratas obtivessem ao menos o controle da Câmara. Bush votou numa caserna de bombeiros, no Texas, fornecendo imagens para os telejornais da hora do almoço. Depois voou de volta para Washington.
O presidente e Laura Bush começaram a assistir à apuração na ala residencial da Casa Branca, depois de uma sopa, salada de tomate e filé mal passado.
Sentados com eles diante dos televisores estava um grupo de amigos que incluía o financista Brad Freeman, o ex-secretário do Comércio Donald Evans, o presidente do Comitê Nacional Republicano, Ken Mehlman, e o assessor político Karl Rove.
Sara Taylor, a diretora de assuntos políticos da Presidência, estava acompanhando a apuração num anexo da Casa Branca, onde usava dois computadores e 17 pastas sobre os distritos eleitorais.
Snow informou aos repórteres que Bush não faria pronunciamento público na noite de terça-feira, e que só no dia seguinte faria seus comentários. Questionado se Bush telefonaria para a deputada Nancy Pelosi, da Califórnia, a democrata que presumivelmente assumirá a presidência da Câmara com a vitória de seu partido, Snow disse que "o presidente faz telefonemas na noite da eleição. Mas não vou tratar de hipóteses".
No entanto, por volta das 22h30,os funcionários republicanos admitiam como certa a vitória democrata na Câmara. Às 23h30, o outro porta-voz da Presidência, Tony Fratto, disse que Rove havia informado a Bush sobre essa derrota, e que o presidente ficou "decepcionado", mas continuava esperançoso quanto ao Senado.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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