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Já começou a corrida de 2008 à Casa Branca
DA REDAÇÃO
A sucessão de George W.
Bush foi aberta pelos resultados da derrota republicana nas
eleições de anteontem.
Nem tanto pela demonstração de força de algumas poucas
lideranças-caso da democrata
Hillary Clinton, reeleita senadora por Nova York, ou do republicano John McCain, senador pelo Arizona, que percorreu em quatro semanas 21 Estados como cabo eleitoral prestigioso de seu partido.
Mas sobretudo porque, com
Bush enfraquecido e refém de
um Congresso de oposição, torna-se mais clara a discussão sobre quem disputará a Casa
Branca em 2008.
Há ainda uma singularidade,
assinalada pela Associated
Press. Esta é a primeira vez desde 1928, quando se elegeu Calvin Coolidge, que uma pré-campanha se inicia totalmente
em branco, sem um presidente
que possa tentar a reeleição ou
um vice que queira sucedê-lo.
Hillary, mulher do ex-presidente Bill Clinton, fez a mais
cara das campanhas para o Senado. Gastou US$ 30 milhões.
Nos Estados Unidos ela não é
uma perdulária; demonstrou,
ao contrário, sua competência
para arrecadar doações.
Ela nega que esteja em campanha. O mesmo ocorre com
uma figura de rápida ascensão
dentro da política americana, o
senador democrata negro Barack Obama, 45, de Illinois, popular como um cantor de rock,
que inicia nesta semana uma
turnê pelo país para o lançamento de seu livro. E que tem
um discurso tão convincente
sobre a fé religiosa que os republicanos acreditam que ele pretenda furtar a receita deles.
Estará obviamente medindo
a temperatura para as consultas às bases do Partido Democrata que começam em dezembro do ano que vem. Obama
tem transformado em atributo
positivo aquilo que as raposas
democratas encaram como algo temerário: sua carreira de
apenas dois anos no Congresso.
McCain é a grande estrela republicana. Tem inteligência e
carisma e seu único senão é a
idade, 71 anos. Concorreu com
Bush nas primárias do partido
em 2000. Foi leal ao presidente. Mas anteontem, com as urnas já abertas, disse que os eleitores republicanos haviam dado como recado o retorno ao
conservadorismo de Ronald
Reagan. Ou seja, o atual presidente não é uma referência.
Os comentaristas americanos apontavam ontem duas dezenas de outros nomes com
condições de despontar dentro
de um ou de outro partido.
No campo republicano, há o
ex-prefeito de Nova York Rudy
Giuliani, com a biografia política marcada pelo 11 de Setembro. Há seu sucessor, Michael
Blomberg, milionário e capaz
de autofinanciar sem limites legais a própria campanha. Ou
então o governador Mitt Romney, de Massachusetts -um
Estado historicamente democrata-, Bill Frist, do Tennessee, líder da antiga maioria no
Senado, e até Newt Gingrich,
presidente do Senado no final
dos anos 90.
Entre os democratas também movimentam-se com sintomas de ambição presidencial
o ex-senador John Edwards,
que já foi candidato a vice, e os
senadores Joe Biden, Evan
Bayh, Christopher Dodd, ou
ainda o governador Bill Richardson, do Novo México.
Os analistas acreditam que
John Kerry, senador por Massachusetts e adversário de
Bush há dois anos, esteja enfraquecido, em razão da gafe verbal cometida ao aconselhar estudantes a se empenharem em
suas universidades, caso não
queiram "atolar" no Iraque. A
propaganda republicana explorou a afirmação, como se fosse
uma crítica geral aos soldados.
Com agências internacionais
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