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Referendos sobre temas morais dividem país
RAUL JUSTE LORES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 207 referendos de que os
americanos participaram junto
com a eleição legislativa mostram um país bem mais dividido que o da vitória democrata.
Muitas medidas apresentadas pelos republicanos mais
conservadores foram amplamente aprovadas em diversos
Estados. Sete Estados votaram
pela proibição do casamento
gay e três rejeitaram o uso medicinal e a descriminalização
do porte de maconha.
Por outro lado, os democratas venceram os seis referendos
em que propuseram o aumento
do salário mínimo, ao qual os
conservadores se opõem, e a
proibição do aborto em qualquer circunstância foi derrotada na Dakota do Sul.
A pesquisa com células-tronco embrionárias humanas, que
teve campanha do ator Michael
J. Fox, que sofre do mal de Parkinson, foi aprovada no Missouri.
A realização de referendos no
mesmo dia das eleições é uma
estratégia dos dois partidos para motivarem o eleitorado a
sair de casa para votar.
"Apesar do resultado das
eleições, os temas da guerra
cultural estão muito vivos. A direita religiosa continuará a lutar por sua agenda", diz Rob
Boston, diretor da ONG Americanos Unidos para a Separação
da Igreja e do Estado.
Ainda assim, com a derrota
dos republicanos, muitos vêem
os resultados eleitorais como o
início de uma transformação.
"Acho que é o início do fim do
uso de propostas contra os gays
pelos conservadores como alavanca eleitoral. Depois de aprovarem em 40 Estados a proibição do casamento, eles não poderão ir mais longe", diz o historiador James Green, da Universidade Brown e ativista do
movimento gay americano.
Para Peter Montgomery, vice-presidente da People for the
American Way, uma das maiores ONGs americanas pró-direitos humanos, houve derrota
da direita religiosa. "Candidatos ultraconservadores como
Rick Santorum terão que fazer
as malas."
"Mais americanos acham
que o combate à pobreza ou a
melhora da saúde são mais importantes que proibir o aborto
ou o casamento gay", afirmou.
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