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ELEIÇÃO NOS EUA / REAÇÕES
Países pedem nova política ao Congresso americano
Governos estrangeiros apontam erros no Iraque; Chávez fala de uma "surra"
União Européia pede a novo
Congresso abertura para
tirar negociações de Doha
do impasse; foi lição para
Blair, diz deputado britânico
DA REDAÇÃO
Nem todos os governantes
ou instituições oficiais reagiram de forma tão agressiva à
derrota do presidente George
W. Bush quanto a bancada socialista no Parlamento Europeu, para a qual os eleitores
americanos "puseram fim a um
pesadelo de oito anos". O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que Bush "levou
uma surra" por exercer o governo "de maneira verdadeiramente selvagem".
As reações foram em geral
mais moderadas, ou ao menos
com palavras mais comedidas.
O presidente da Comissão
Européia, José Durão Barroso,
apelou ao novo Congresso
americano para que se esforce
para tirar as negociações comerciais de Doha do impasse.
Disse que o bloco europeu pretende trabalhar "de maneira
construtiva" com os congressistas e com a Casa Branca.
Em Roma, o primeiro-ministro, Romano Prodi, disse que o
resultado insatisfatório para
Bush se justificava "fundamentalmente" pela oposição dos
americanos à Guerra do Iraque.
A Itália chegou a participar dela, sob o governo anterior, de
Sílvio Berlusconi, mas retirou
seus militares de campo.
O ministro italiano do Exterior, Massimo D"Alema, afirmou que se assiste ao fim "das
guerras preventivas e do unilateralismo" diplomático.
No Reino Unido o primeiro-ministro Tony Blair não se pronunciou. Mas um de seus adversários de dentro do Partido
Trabalhista, John McDonnell,
disse ter sido uma lição quanto
à política americana no Iraque.
Para ele, "além de atingir Bush,
as eleições americanas deixaram Blair totalmente isolado
na comunidade internacional".
O presidente francês, Jacques Chirac, ficou calado. Mas
um deputado próximo a ele,
François Fillon, declarou estar
feliz por testemunhar a diplomacia americana sendo criticada pelos próprios americanos,
"porque ela é de má qualidade".
Ainda na França, Laurent
Fabius, pré-candidato socialista à sucessão presidencial, disse
que "os americanos reagiram
ao fato de Bush lhes ter mentido", menção aos perigos que
Saddam Hussein representava
antes do início da guerra.
Na Dinamarca, quem falou
foi o primeiro-ministro, Anders Fogh Rasmussen. "Espero
que o presidente e o Congresso,
sob essas novas condições, cheguem a uma solução com relação ao Iraque e ao Afeganistão."
Disse ainda que a Casa Branca
entenderá o recado das urnas.
O PSOE, partido do premiê
José Luis Zapatero, saudou as
eleições e disse que seu resultado "ajudará a mudar os rumos
da diplomacia dos EUA".
A chanceler alemã, Angela
Merkel, não se pronunciou.
Mas Karsten Voigt, das relações franco-alemãs na chancelaria, desejou maior entendimento com os europeus.
Com agências internacionais
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