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Vitória democrata dificulta relações comerciais dos EUA com o Brasil
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
A vitória dos democratas na
Câmara tende a dificultar as relações comerciais entre o Brasil
e os EUA. Historicamente mais
protecionista, o partido deve
endurecer as negociações com
países da América Latina quando se trata de livre comércio.
Pior: vence em 31 de dezembro o Sistema Geral de Preferência, que favorece 133 países
que exportam para o mercado
norte-americano. O SGP foi
criado em 1974 como um mecanismo transitório para facilitar
a integração de economias pobres no comércio global. A idéia
era dar reduções tarifárias enquanto os países melhoravam
sua capacidade de competir no
exterior. Proposta de dois republicanos quer excluir Brasil e
Índia do SGP. Em 2005, o país
exportou US$ 3,6 bilhões (15%
do total vendido aos EUA) pelo
sistema.
Ontem, legisladores democratas prometeram cooperação
bipartidária com republicanos
para a liberalização do comércio, promessa vista com ceticismo por analistas. Charles Rangel, novo deputado democrata
no comando da comissão da
Câmara pelo qual passam os
projetos relativos a tributação e
negociações comerciais, pediu
ao secretário do Tesouro,
Henry Paulson, que ajude a
identificar políticas com as
quais os dois lados possam lidar
juntos nos primeiros meses de
2007, de forma a construir uma
"relação de confiança".
"Os políticos do Congresso
não estão muito estimulados
porque os democratas são tradicionalmente contra acordos
multilaterais e são mais enfáticos em relação ao poderoso
lobby agrícola americano", avalia Victor Mauer, ex-diretor do
Center for Security Studies.
Outro mecanismo que favorece o comércio americano
com os países latino-americanos, o "fast track" (modalidade
na qual o presidente norte-americano negocia os termos
do acordo, que pode ser aprovado ou rejeitado pelo Congresso,
que não pode, no entanto, propor alterações no que foi acordado), termina em junho do
próximo ano.
"Os republicanos não deram
o "fast track" a Clinton e é pouco
provável que os democratas renovem o sistema para Bush",
diz Riordan Roett, diretor do
Programa de Estudos Latino-Americanos da Universidade
Johns Hopkins.
Com agências internacionais
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