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GUERRA SEM LIMITES
Cerca de 2.000 soldados são enviados a regiões onde atuam membros do Taleban e da Al Qaeda
EUA fazem a maior ofensiva no Afeganistão
DA REDAÇÃO
Os Estados Unidos anunciaram
ontem o início de sua maior ofensiva contra militantes do Taleban
e da rede terrorista Al Qaeda, enviando 2.000 soldados para uma
vasta área entre o sul e o leste do
Afeganistão.
A operação foi divulgada dois
dias depois que um ataque aéreo
americano matou nove crianças.
Autoridades afegãs e da ONU advertiram que a tragédia -um dos
maiores erros militares desde a
invasão, em 2001- pode aumentar o apoio aos rebeldes.
"A Operação Avalanche é a
maior que nós já planejamos",
disse o coronel Bryan Hilferty, em
entrevista coletiva no quartel-general de Bagram, ao norte de Cabul. "O inimigo não saberá quando nós atacaremos, não saberá o
que estamos fazendo."
"Neste momento, diria que há
quatro batalhões de infantaria envolvidos, cada um com 500 homens", disse Hilferty. Algumas
milícias e forças do Exército Nacional Afegão também estarão
envolvidas.
Hilferty não deu mais detalhes
da operação, inclusive quando começou ou quais regiões são prioritárias.
Integrantes do Taleban têm intensificado ataques -sobretudo
contra trabalhadores de agências
humanitárias e civis- em Províncias próximas da fronteira
com o Paquistão e em Ghazni e
Zabul, ao sul da capital.
Ontem, um engenheiro paquistanês foi morto a tiros e outro ficou ferido durante um ataque no
leste do Afeganistão. Eles trabalhavam numa empresa de reconstrução de escolas e clínicas.
Crianças
O ataque aéreo do último sábado, que visava um integrante do
Taleban, mas também matou nove crianças -a mais velha tinha
12 anos- em uma vila da Província de Ghazni, deixou evidente
que uma pesada operação militar
americana pode causar fortes antipatias entre os civis afegãos.
"Todo inocente que é morto
tem irmãos, tios, irmãs e sobrinhos -e atrás deles, existe a tribo", disse Sadokhan Ambarkhil,
vice-governador de Paktika, uma
das Províncias mais perigosas para as tropas americanas e aliados
afegãos. "Se dez pessoas são mortas, quantas outras ficam tristes?"
O ataque do sábado gerou críticas do secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, que pediu uma "investigação profunda".
O bombardeio também matou
um homem, que os EUA afirmam
se tratar de Mullah Wazir, um ex-comandante do Taleban suspeito
de envolvimento em ataques contra grupos humanitários e trabalhadores da rodovia Cabul-Candahar, obra que tem financiamento norte-americano.
Os habitantes da vila, no entanto, dizem que o homem morto é
Abdul Hamid, um trabalhador de
cerca de 20 anos que tinha acabado de voltar do Irã.
O coronel Hilferty disse que foram retiradas amostras de DNA
para provar que o ataque atingiu
o alvo planejado.
Dois anos após a queda do regime do Taleban, cerca de 12 mil
homens -a maioria americanos- ainda estão em missões de
combate no Afeganistão contra o
grupo extremista e seus aliados:
remanescentes da Al Qaeda e seguidores do líder guerrilheiro afegão Gulbuddin Hekmatyar.
Com agências internacionais
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