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Atentados em série em Bagdá matam ao menos 127 pessoas
Ação terrorista é a terceira de grandes proporções na capital do Iraque desde a saída dos EUA das cidades, há cinco meses
Um dos locais atingidos deve abrigar a futura Embaixada do Brasil no Iraque; eleições legislativas são marcadas para o próximo 7 de março
Hadi Mizban/Associated Press
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Forças de segurança procuram sobreviventes em escombros do Ministério das Finanças; atentado mina credibilidade do governo
DA REDAÇÃO
Uma série de atentados aparentemente coordenados deixou pelo menos 127 mortos e
mais de 500 feridos ontem em
Bagdá. A ação terrorista -a terceira de grande porte na capital
do Iraque desde agosto-, não
teve a autoria reivindicada, mas
foi atribuída pelo governo à insurgência sunita ligada ao regime de Saddam Hussein e à rede
terrorista Al Qaeda.
Os cinco ataques em um intervalo de 50 minutos durante
a manhã de ontem tiveram como alvo prédios governamentais, reforçando temores sobre
a capacidade das forças locais
de manter a segurança a três
meses das eleições legislativas
-marcadas ontem para 7 de
março- e cinco meses depois
que os EUA deixaram de patrulhar as cidades iraquianas.
Segundo informações -em
parte contraditórias- de autoridades, o primeiro ataque foi a
explosão de um carro-bomba
contra uma patrulha na região
sudoeste da capital, matando
ao menos três oficiais e 12 civis.
Logo depois, uma série de explosões atingiu regiões em que
se localizam um complexo judicial, um prédio da pasta do Interior e uma sede provisória do
Ministério das Finanças -cuja
sede oficial fora alvo de atentado em agosto. Não havia confirmação sobre se e quantos desses atentados foram suicidas.
Nessa série de ataques nos
arredores da Zona Verde -a
área mais protegida da cidade e
sede de outros prédios governamentais-, ao menos 112 pessoas morreram, e instalações
foram seriamente danificadas.
Segundo o Itamaraty, uma
das explosões atingiu o local em
que será a futura Embaixada do
Brasil, causando dano material.
Em outra ação, a detonação
de uma bomba à margem de
uma rodovia na região leste da
capital alvejou uma universidade, matando mais uma pessoa.
A ocorrência de um terceiro
mega-atentado contra alvos do
governo em quatro meses revela, segundo autoridades, o novo
padrão nas ações dos terroristas, que priorizam ataques de
grande impacto e com grande
número de mortos em vez de
vários deles de menor porte.
No dia 25 de outubro, dois
carros-bombas mataram 155
pessoas, deixando mais de 500
feridos. Dois meses antes, em
19 de agosto, ataque similar
contra a Chancelaria iraquiana
e o Ministério das Finanças já
matara cerca de cem pessoas.
Eleições legislativas
Também ontem, o conselho
presidencial marcou para o dia
7 de março as proteladas eleições legislativas, após os deputados iraquianos entrarem em
um acordo, no último domingo,
sobre a divisão das cadeiras entre sunitas, xiitas e curdos.
"O momento desses covardes
ataques terroristas, depois que
o Parlamento superou o último
obstáculo para a realização das
eleições, confirma que os inimigos do Iraque e do seu povo
visam difundir o caos", afirmou
o premiê iraquiano, Nuri al Maliki, que tentará a sua reeleição.
Após os ataques, parlamentares convocaram uma reunião
de emergência para discutir as
seguidas falhas de segurança,
na tentativa de capitalizar o
descontentamento com Maliki.
Com agências internacionais
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