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Em visita-surpresa ao Afeganistão, Gates prega sucesso
Presidente afegão, Hamid Karzai, estima prazo de autossuficiência em segurança entre 15 e 20 anos
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
O secretário da Defesa dos
EUA, Robert Gates, e o general
Stanley McChrystal, comandante das forças americanas no
Afeganistão, disseram ontem
que a missão no país poderá ser
cumprida com sucesso.
Gates fez uma visita-surpresa ao Afeganistão e pretende
aproveitar a viagem para incentivar os militares. McChrystal
testemunhou na Câmara dos
Representantes, em Washington, acompanhado do embaixador dos EUA no Afeganistão,
Karl Eikenberry.
Apesar da unidade no discurso, o presidente do Afeganistão,
Hamid Karzai, declarou ontem
que o país só conseguirá com o
"máximo de esforço" assumir a
responsabilidade pela segurança em cinco anos, e que só poderá pagar inteiramente pela
própria segurança num horizonte de 15 a 20 anos.
Gates lembrou que o compromisso dos EUA com o país
não é sem data para terminar,
mas afirmou que "levará algum
tempo" até que as forças afegãs
consigam atuar sozinhas. Ontem, o Departamento da Defesa
anunciou o envio dos primeiros
16 mil soldados dos 30 mil
anunciados pelo governo. Desse total, 1.500 fuzileiros navais
chegarão neste mês ao país.
Na Câmara, McChrystal declarou total apoio à revisão da
estratégia anunciada por Obama. Questionado se sua recomendação incluía o prazo de
retirada em 2011, ele se limitou
a dizer que "não fez recomendações sobre o assunto".
Questionado se solicitara 30
mil soldados para 2010, disse
que pediu aumento nas tropas,
que fossem enviadas o mais rápido possível.
"Até o verão [boreal] de 2011,
estará claro para o povo afegão
que a insurgência não vai vencer, dando a eles a chance de se
colocar ao lado do governo",
disse. Para o general, existem
três fatores que complicam a situação: a falta de "credibilidade" do governo afegão (em referência à corrupção), a necessidade de acelerar o treinamento
das forças afegãs e o perigo de
ter extremistas dos dois lados
da fronteira com o Paquistão.
Pesquisa do Instituto Quinnipiac mostra que 57% dos
americanos aprovam a luta no
Afeganistão.
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