São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em visita-surpresa ao Afeganistão, Gates prega sucesso

Presidente afegão, Hamid Karzai, estima prazo de autossuficiência em segurança entre 15 e 20 anos

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, e o general Stanley McChrystal, comandante das forças americanas no Afeganistão, disseram ontem que a missão no país poderá ser cumprida com sucesso.
Gates fez uma visita-surpresa ao Afeganistão e pretende aproveitar a viagem para incentivar os militares. McChrystal testemunhou na Câmara dos Representantes, em Washington, acompanhado do embaixador dos EUA no Afeganistão, Karl Eikenberry.
Apesar da unidade no discurso, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, declarou ontem que o país só conseguirá com o "máximo de esforço" assumir a responsabilidade pela segurança em cinco anos, e que só poderá pagar inteiramente pela própria segurança num horizonte de 15 a 20 anos.
Gates lembrou que o compromisso dos EUA com o país não é sem data para terminar, mas afirmou que "levará algum tempo" até que as forças afegãs consigam atuar sozinhas. Ontem, o Departamento da Defesa anunciou o envio dos primeiros 16 mil soldados dos 30 mil anunciados pelo governo. Desse total, 1.500 fuzileiros navais chegarão neste mês ao país.
Na Câmara, McChrystal declarou total apoio à revisão da estratégia anunciada por Obama. Questionado se sua recomendação incluía o prazo de retirada em 2011, ele se limitou a dizer que "não fez recomendações sobre o assunto".
Questionado se solicitara 30 mil soldados para 2010, disse que pediu aumento nas tropas, que fossem enviadas o mais rápido possível.
"Até o verão [boreal] de 2011, estará claro para o povo afegão que a insurgência não vai vencer, dando a eles a chance de se colocar ao lado do governo", disse. Para o general, existem três fatores que complicam a situação: a falta de "credibilidade" do governo afegão (em referência à corrupção), a necessidade de acelerar o treinamento das forças afegãs e o perigo de ter extremistas dos dois lados da fronteira com o Paquistão.
Pesquisa do Instituto Quinnipiac mostra que 57% dos americanos aprovam a luta no Afeganistão.


Texto Anterior: Atentados em série em Bagdá matam ao menos 127 pessoas
Próximo Texto: Tensão pós-eleitoral: Irã ameaça lançar repressão total contra oposicionistas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.