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ÁSIA
Norte-coreanos estariam dispostos a abandonar programa nuclear se recebessem sinal positivo de Washington, segundo diplomatas
EUA e Coréia do Norte retomam contatos
DA REDAÇÃO
Os EUA e a Coréia do Norte decidiram ontem retomar contatos
bilaterais, abrindo uma nova linha de comunicação entre as duas
partes e buscando pôr fim ao recente impasse gerado pela decisão
norte-coreana de reativar suas
instalações nucleares.
Dois diplomatas norte-coreanos receberam autorização para
encontrar o ex-embaixador dos
EUA na ONU Bill Richardson para discutir a crise atual, segundo
Ari Fleischer, porta-voz da Casa
Branca. Os norte-coreanos precisam pedir autorização para esse
tipo de encontro porque a Coréia
do Norte não mantém relações diplomáticas com os EUA.
A reunião será realizada no Estado do Novo México (sudoeste
dos EUA), que é governado por
Richardson. Ele foi secretário da
Energia no governo de Bill Clinton e teve contato com autoridades norte-coreanas no passado.
Pelo lado norte-coreano, participarão do encontro Han Song-ryol, que representa o país na
ONU, e outro diplomata, cujo nome ainda não foi divulgado.
Os EUA já tinham oferecido aos
norte-coreanos a possibilidade de
retomar o diálogo bilateral, mas
não tinham obtido resposta. De
acordo com um funcionário graduado do governo americano, o
secretário de Estado, Colin Powell, disse a Richardson que ele
deverá dizer aos norte-coreanos
que não fala em nome do governo
dos EUA. Além disso, segundo a
mesma fonte, Richardson deverá
reiterar a posição americana sobre a questão.
Mais cedo, a Coréia do Norte
dissera que concordaria em abandonar seu programa de armas nucleares se os EUA afirmassem que
ainda apoiavam o comunicado
conjunto feito pelos dois países
em 2000, segundo diplomatas que
têm relações estreitas com o governo norte-coreano. Nele as
duas partes dizem não haver "intenções hostis" mútuas.
A possível solução para o impasse em torno do programa nuclear norte-coreano surgiu dois
dias depois de Washington oferecer a Pyongyang a possibilidade
de voltar a negociar mesmo antes
da desativação do programa nuclear norte-coreano.
Mas os americanos se recusam a
oferecer incentivos aos norte-coreanos para que eles abandonem
seu programa nuclear.
Na declaração de 2000, a Coréia
do Norte e os EUA prometeram
pôr fim a décadas de hostilidade
mútua e buscar melhorar as relações bilaterais. Ambos declararam que não havia "intenções
hostis" nas relações bilaterais e
prometeram esquecer o antagonismo do passado, buscando estabelecer laços mais amistosos.
Logo após a assinatura desse comunicado, a então secretária de
Estado dos EUA, Madeleine Albright, visitou Pyongyang e se encontrou com Kim Jong-il, o mais
alto líder político norte-coreano.
Sua visita deveria preceder uma
do então presidente dos EUA,
Clinton, mas seu mandato acabou
antes que isso ocorresse.
A tensão na península da Coréia
aumentou depois que autoridades americanas disseram, em outubro último, que a Coréia do
Norte tinha admitido ter um programa de armas nucleares, o que
era proibido por um tratado assinado pelos dois países em 1994.
No mês passado, a situação agravou-se, pois Pyongyang começou
a reativar um reator nuclear capaz
de enriquecer plutônio.
Os EUA buscam encontrar a
uma solução pacífica para o impasse, visto que não querem que a
questão norte-coreana desvie a
atenção internacional da inspeção
das armas iraquianas.
Por outro lado, a Coréia do Norte concordou em retomar negociações com a Coréia do Sul, conforme Seul havia proposto. As
primeiras reuniões deverão ocorrer ainda em janeiro. Segundo o
presidente eleito da Coréia do Sul,
Roh Moo-hyun, "se a via do confronto for privilegiada agora, será
difícil mudar de rota no futuro".
Com agências internacionais
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