São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

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Referendo movimenta as fronteiras

CAROLINA MONTENEGRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM JUBA (SUDÃO)

O referendo no Sudão provocou uma intensa movimentação nas fronteiras do país, cercado por nove nações africanas.
A principal força armada na região, o Exército de Libertação do Povo Sudanês (SPLA), disser ter assegurado o controle das fronteiras com Uganda, Quênia, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.
Mas na fronteira entre Uganda e o Sudão, cruzada pela reportagem da Folha a bordo de um ônibus, um posto fronteiriço era parcamente guardado ontem pela manhã por três soldados e cercado por ambulantes, vendendo refrigerantes e salgadinhos.
"O número de ônibus que atravessam a fronteira por dia duplicou por causa do referendo, estamos mais atentos à segurança", afirmou o oficial de imigração ugandense George Muwanga.
Segundo ele, a guarda nas fronteiras ficou mais criteriosa desde a explosão de uma bomba dentro de um ônibus que ia de Nairóbi (Quênia) para Campala (Uganda), em dezembro passado.
"Parece que desta vez vai correr tudo bem, esperamos eleições pacíficas."

ALTERNATIVAS
O fluxo em direção a Juba cresceu tanto às vésperas do referendo que muitos tiveram de buscar alternativas de transporte.
"Vim de ônibus de Nairóbi para Juba porque foi impossível comprar passagem de avião. Estava tudo lotado", afirma Mary Kintu, que viajava com a irmã para votar. A viagem leva mais de 25 horas e custa cerca de R$ 84.
Os mais de 500 km são percorridos com dificuldades pela região de terra batida e terreno acentuado e arenoso.
Não há sinalização ou iluminação. O policiamento ocorre apenas nas áreas de fronteira.
No primeiro posto do lado sudanês já era possível notar o clima de eleições. Um jovem passava vestindo uma camiseta amerela com os dizeres "Vida longa para o SPLA!".


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