São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Irã tem de mandar sinais de que quer agir de outra forma, afirma presidente

DE WASHINGTON

Irã e Paquistão monopolizaram os poucos momentos dedicados à política externa no encontro de Barack Obama, ontem, com jornalistas. Do primeiro, com o qual os EUA estão rompidos há 30 anos, o presidente espera "sinais".
"Agora é a hora de o Irã mandar alguns sinais de que quer agir diferentemente e reconhecer que, com o direito de fazer parte da comunidade internacional virão responsabilidades", afirmou, depois de dizer que sua equipe procurava "aberturas" nos próximos meses para que os dois países "sentem-se na mesma mesa" e olhem-se "rosto no rosto".
"Vamos estabelecer um conjunto de objetivos que teremos nessas conversas, mas acho que há a possibilidade de pelo menos uma relação de respeito mútuo e progresso", disse.
Obama recuaria parcialmente na promessa de campanha de permitir à imprensa acesso à chegada dos corpos dos soldados mortos em ação nas guerras do Iraque e do Afeganistão. "Minha equipe está revisando essa política com o Departamento de Defesa", afirmou.
Sobre o Paquistão, respondendo à pergunta da veterana jornalista Helen Thomas e referindo-se a membros da Al Qaeda e de outras organizações terroristas na fronteira com o Afeganistão, disse que não era "aceitável" para aquele país ou para os EUA "ter pessoas que, com impunidade, matam homens, mulheres e crianças".
Prometeu ainda trabalhar com a Rússia para evitar uma corrida nuclear no Oriente Médio. "Com uma corrida nuclear numa região tão volátil como essa, todo o mundo corre perigo", disse Obama. "Uma de minhas metas é prevenir a proliferação nuclear de maneira geral, e eu acho que é importante para os EUA, em acordo com a Rússia, liderar nesse campo."
A jornalista provocara Obama, dizendo se ele sabia de algum país no Oriente Médio que tinha armas nucleares -Israel não declara as suas. Ele evitou o assunto ao dizer que não iria "especular". Indagada depois pela Folha se estava satisfeita com a resposta do presidente, o décimo que entrevista, Thomas disse: "De jeito nenhum! Ele se saiu pela tangente". (SD)


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