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Opositor integra gabinete chileno
Presidente eleito Sebastián Piñera anuncia nomes de ministério; diretor de rede varejista será chanceler
Sem maioria no Congresso, futuro mandatário nomeia membro da Concertação para a Defesa em busca de governo de unidade nacional
DA REDAÇÃO
O presidente eleito do Chile,
Sebastián Piñera, anunciou ontem sua equipe de ministros,
que inclui um empresário como chanceler e um militante da
oposição na pasta da Defesa.
O empresário e ex-senador
Piñera, 60, de centro-direita,
assume o cargo em 11 de março,
após derrotar no mês passado a
Concertação, a coalizão de centro-esquerda que governou o
país por 20 anos desde o fim da
ditadura Pinochet (1973-1990).
Eleito com promessas de renovação e meritocracia no serviço público, Piñera montou
um gabinete com idade média
de 49 anos -seis mulheres e 16
homens. Dos 22 ministros, 13
não têm filiação partidária
-RN, partido de Piñera, e UDI,
braço conservador da coalizão,
dividem quatro pastas cada um.
O único ministro oriundo da
oposição será Jaime Ravinet,
63, militante histórico da DC
(Democracia Cristã, partido de
centro da Concertação). Ministro de Habitação e da Defesa no
governo Ricardo Lagos (2000-2006), Ravinet renunciou ontem mesmo à sigla, antecipando-se a uma prevista expulsão.
O aceno à DC reforça o discurso de Piñera de que fará um
"governo de unidade nacional".
Sem maioria no Congresso -a
Concertação tem vantagem estreita no Senado e nenhum dos
blocos controlará a Câmara-,
seu governo deverá manter a
política de acordos vigente há
20 anos no Legislativo.
No ministério de Relações
Exteriores a surpresa veio com
a indicação de Alfredo Moreno
Charme, 53, um empresário
sem histórico diplomático. Diretor da rede varejista Falabella, que mantém investimentos
em Chile, Argentina, Colômbia
e Peru, afirmou ontem que sua
gestão dará ênfase à América
Latina e aos países vizinhos.
Braço direito
Ex-coordenador-geral da
campanha de Piñera, o advogado especializado em fusões e
aquisições Rodrigo Hinzpeter,
43, será ministro do Interior,
cargo que no Chile funciona como espécie de chefe de gabinete, concentrando informações
dos ministérios e a gestão da segurança pública.
O eixo político do gabinete se
completa com o economista
Cristián Larroulet, 56, na Secretaria Geral da Presidência, e
a candidata derrotada ao Senado Ena von Baer, 34, como porta-voz e ministra da Secretaria
Geral de Governo.
Larroulet e o futuro ministro
da Educação, Joaquín Lavin,
que disputou a Presidência em
1999 e 2004 e perdeu neste ano
a eleição para o Senado, colaboraram na área econômica do regime militar. O tema foi assunto na campanha, quando Piñera deixou aberta a possibilidade
de incorporar ex-ocupantes de
cargos na ditadura ao governo.
Para a pasta da Fazenda irá o
economista Felipe Larraín, 51,
que terá como desafio cumprir
as ousadas promessas de Piñera de elevar o crescimento do
PIB para 6% ao ano (a média
nos últimos anos é de 2,7%) e
criar 1 milhão de empregos.
Como outros 12 integrantes
da equipe, Larraín tem pós-graduação no exterior. Em cerimônia carregada de simbolismo, os indicados receberam
pastas e um pen-drive com informações sobre cada pasta.
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