São Paulo, domingo, 10 de março de 2002

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Filas e violência marcam eleição no Zimbábue

DA REUTERS

Grandes filas marcaram ontem o primeiro dos dois dias da eleição presidencial do Zimbábue. O presidente Robert Mugabe, 78, no poder há 22 anos, é acusado de intimidar a oposição.
O candidato opositor Morgan Tsvangirai, favorito segundo sondagens eleitorais, disse que pedirá mais dois dias de votação. E afirmou que a grande redução no número de locais de votação nas áreas urbanas onde tem sua base eleitoral pode impedir o comparecimento de muitos eleitores às urnas.
O Movimento para a Mudança Democrática (MDC) de Tsvangirai disse que 30 de seus fiscais eleitorais foram agredidos por militantes do partido governista, o Zanu-PF, em Shamva, a 120 km da capital, Harare.
Tsvangirai, que fez uma campanha baseada na profunda crise econômica do país, acusa Mugabe de usar violência, leis especiais e intimidação para se manter no poder, diante de seu maior desafio eleitoral desde a independência do Reino Unido, em 1980.
Até 4 milhões dos 13 milhões de zimbabuanos têm dificuldade para obter alimento por causa da seca e da violenta ocupação de fazendas da minoria branca realizada por simpatizantes de Mugabe. A inflação anual chegou a 117%, e o desemprego atinge 60% da força de trabalho.
Ao votar sob forte segurança em subúrbio de Harare, Mugabe disse: "Eu aceitarei o resultado, mais do que aceitarei, eu ganharei".
O MDC venceu em todos os 19 distritos de Harare nas eleições parlamentares de 2000. Tsvangirai disse que hoje há menos 80 centros de votação na cidade, apesar de a população ter aumentado.



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