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Coreia do Norte afirma estar de prontidão para guerra
Exercício militar anual de EUA e Coreia do Sul motiva ameaças de Pyongyang
Washington e Seul insistem que movimentação tem fins defensivos, o que não evita
corte da via de comunicação oficial entre as Coreias
DA REDAÇÃO
A Coreia do Norte determinou que seu Exército fique de
prontidão e cortou ontem sua
linha de comunicação militar
com a Coreia do Sul. As medidas, acompanhadas de uma escalada na retórica de Pyongyang, foram reações ao início
do exercício militar anual que
sul-coreanos e americanos realizam na região.
"Não há sentido em manter
os canais normais de comunicação quando os fantoches sul-coreanos estão agitados por
causa desses exercícios militares, erguendo suas armas ante
os companheiros do país em
conluio com forças estrangeiras", relatou um porta-voz militar norte-coreano.
Em outro pronunciamento,
Pyongyang alertou que qualquer provocação na atividade
de 12 dias prevista por EUA e
Seul pode desencadear guerra.
Os norte-coreanos externaram preocupação com seu plano de colocar um satélite em
órbita -americanos e japoneses dizem que projeto pode
prenunciar o desenvolvimento
de um míssil de longo alcance.
"Alvejar nosso satélite que
tem fins pacíficos irá precisamente significar guerra",
ameaçou o Exército norte-coreano, destacando que qualquer tentativa de atingir o projeto motivará "um justo ataque
retaliatório" -razão pela qual o
efetivo de 1,1 milhão de militares foi colocado de prontidão.
O Departamento da Defesa
dos EUA publicou em seu site
um vídeo de entrevista do comandante William Weedon, no
qual o militar alega: "Não é um
exercício que vise atacar a Coreia do Norte, mas defender a
Coreia do Sul de um ataque
norte-coreano".
Na ação, estão envolvidos
cerca de 30 mil militares -sendo mais de 26 mil americanos.
"Como falamos inúmeras vezes, os exercícios são defensivos por sua natureza e integram o treinamento anual",
afirmou Kim Ho-nyoun, porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano, que cobrou de
Pyongyang a retomada do único canal oficial de comunicação
entre os países, cuja interrupção gerou transtorno ontem.
Sem um tratado de paz desde
o fim da Guerra da Coreia
(1950-53), interrompida com
cessar-fogo vigente até hoje, sul
e norte-coreanos estão, tecnicamente, em estado de guerra.
Mesmo comparada a seu padrão histórico, a retórica de
Pyongyang tem sido particularmente belicosa recentemente.
O processo de reconciliação
empacou desde a posse do presidente Lee Myung-bak em
Seul há um ano. Depois de o direitista Lee declarar que o vizinho deveria continuar desativando seu programa nuclear
em troca de auxílio, a Coreia do
Norte suspendeu projeto econômico conjunto.
Pyongyang também anunciou que não reconhecerá o limite marítimo entre os países
e, na semana passada, disse que
não garantiria a segurança de
aeronaves civis sul-coreanas
voando sobre seu espaço aéreo.
O ditador norte-coreano,
Kim Jong-il, estaria furioso por
não ter sido cortejado por Lee
da mesma maneira que era pelos seus antecessores, de centro-esquerda. Analistas também apontam que o aumento
do tom visa chamar a atenção
de Barack Obama, na esperança de que ele propicie parte do
auxílio que parou de ir do sul
para o norte da península.
Com "Financial Times" e agências internacionais
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