São Paulo, terça-feira, 10 de março de 2009

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China reforça segurança no Tibete para data de levante

Presidente defende "grande muralha" de estabilidade

DA REDAÇÃO

O presidente da China, Hu Jintao, defendeu ontem uma "grande muralha" de estabilidade no Tibete "contra a secessão, para proteger a integridade da pátria-mãe". A declaração foi acompanhada de reforço da segurança na região na véspera dos 50 anos de levante liderado pelo dalai-lama, que culminou com o seu exílio.
Hu disse aos representantes da Província no Congresso Nacional do Povo (o Parlamento chinês), em Pequim, que é preciso "garantir a segurança nacional e a estabilidade social do Tibete, e promover a ordem e a tranquilidade duradouras". O presidente foi secretário do PC na Província.
Há um ano, o 49º aniversário da tentativa de golpe contra o regime comunista, liderada pelo dalai, gerou uma onda de protestos na capital tibetana, Lhasa, que se espalhou pela Província separatista.
Os protestos deixaram ao menos 22 mortos, segundo Pequim, a maioria chineses das etnias han, majoritária no país, e hui, cujos estabelecimentos comerciais foram atacados nas principais cidades do Tibete e de Províncias vizinhas onde também vivem tibetanos.
Para grupos pró-Tibete, os mortos passaram de 200, e há 1.200 pessoas desaparecidas.
O governo chinês afirmou à época que os distúrbios, que motivaram no Ocidente pressões por boicote à Olimpíada de Pequim, eram fomentados pelo dalai-lama.
"Enviamos tropas para reforçar o controle nas fronteiras, pontos de entrada e estradas", disse Fu Hongyu, responsável pela guarda fronteiriça do Ministério da Segurança Pública.
O governo chinês disse que não espera repetição dos distúrbios do ano passado, mas está preparado para eventuais protestos. "Como polícia armada, temos condições de lidar com qualquer situação que surgir", disse o chefe da polícia chinesa no Tibete, Kang Jinzhong.
Um tibetano ouvido pela France Presse em Lhasa disse que "policiais armados patrulham a cidade 24 horas por dia. É possível sair, mas só com documentos para a identificação".
Até agora, o único incidente registrado foi um ataque com artefatos explosivos contra um carro de polícia e um caminhão de bombeiros em Golog, capital de Qinghai -habitada por tibetanos. Não houve feridos.
Na madrugada de hoje (hora de Brasília), o dalai-lama, 73, faria um pronunciamento sobre os 50 anos do levante que o obrigou a fugir, estabelecendo Dharamsala, na Índia, como sede no exílio. O líder espiritual e político dos exilados tibetanos defendeu uma comemoração pacífica da data.


Com agências internacionais

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