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Coalizão ergue campo de detenção
para 24 mil presos no sul do Iraque
DA REDAÇÃO
A coalizão anglo-americana,
que atualmente mantém 7.300
prisioneiros iraquianos, começou
a construção de um presídio na
cidade portuária de Umm Qasr
(sul do Iraque) com capacidade
para cerca de 24 mil presos, o
equivalente a três complexos do
Carandiru, fechado no ano passado. O anúncio foi feito ontem por
oficiais norte-americanos.
O presídio será uma grande cidade de tendas, cada uma abrigando de 15 a 20 homens, informou o capitão do Exército americano John Della Jacono.
Segundo o oficial, não há planos
para enviar presos para a base militar americana de Guantánamo,
em Cuba, onde centenas de suspeitos estão detidos após serem
capturados no Afeganistão ou em
outros países onde houve ações
contra o terrorismo.
"Os prisioneiros permanecerão
em Umm Qasr até o fim das hostilidades, depois será decidido se
eles serão repatriados para uma
administração provisória ou para
um governo legítimo iraquiano",
disse Jacono.
Um prédio para interrogatório
também está sendo planejado.
Até agora, não foram identificados todos os prisioneiros.
Apesar de notícias de que oficiais de alta patente estão entre os
presos, militares americanos afirmam que alguns se identificaram
como generais na esperança de
receber melhor tratamento.
Caos prossegue
Em Basra, apesar de ter sido o
dia com o menor número de confrontos desde a invasão das tropas
britânicas, houve novos momentos de caos. Todos os prédios públicos da cidade estão em ruínas,
destruídos pelas bombas da coalizão e por saqueadores locais. Os
hospitais continuam sem eletricidade, e exala fumaça do principal
distrito de polícia. As escolas e as
lojas permanecem fechadas.
Em razão da desordem, soldados britânicos estão assumindo
cada vez mais o papel de polícia
na cidade.
Ontem, eles foram chamados
para uma agência bancária onde
foram ouvidos disparos de metralhadora. Não encontraram soldados, mas ladrões brigando entre si
por causa do dinheiro roubado.
Eles prenderam um homem que
carregava um saco de dinheiro e
encontraram outro morto.
Em outro episódio, soldados
britânicos impediram que um homem fosse apedrejado até a morte
após tentar saquear uma loja.
Preocupados em não parecer
uma força de ocupação e em devolver alguma normalidade a
Basra, os britânicos escolheram
anteontem um xeque local (nome
não divulgado) para ajudar na
formação de um comitê administrativo provisório.
Moradores da cidade, no entanto, afirmaram que a medida poderá ser um desastre.
"Todos os xeques em Basra
eram amigos de Saddam Hussein", disse Riva Kasim, médico
do principal hospital de Basra.
"Durante todo o tempo, Saddam deu dinheiro a eles, que não
faziam nada quando ele cortava a
orelha de alguém que não havia se
alistado ao Exército ou cortava a
língua de quem falava mal dos
militares", afirmou o médico.
Com agências internacionais
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