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São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2003

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Iraque deve servir de exemplo, dizem EUA

DA REDAÇÃO

Os Estados Unidos anunciaram ontem que sua prioridade é a "eliminação pacífica" de programas de armas de destruição em massa e que usaram a derrubada do regime de Saddam Hussein como alerta para outros países que o governo americano acusa de manter tais programas -Síria, Irã e Coréia do Norte.
O subsecretário de Estado dos EUA para Controle de Armas e Segurança Internacional, John R. Bolton, disse que espera que "determinados países tirem a lição apropriada do Iraque". Ontem, em entrevista coletiva em Roma, o subsecretário fez menções específicas aos três países, destacando suspeitas sobre Damasco.

Síria como alvo
"Acho que a Síria é um bom caso. Espero que eles concluam que devem desistir dos programas de armas químicas e biológicas que mantêm", declarou Bolton. Já a Coréia do Norte e o Irã foram incluídos pelo presidente americano, George W. Bush, durante um discurso em 2002, no "Eixo do Mal" por retomarem seus programas nucleares.
O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, voltou ontem a acusar a Síria de ajudar o regime de Saddam. "Temos informações de que a Síria tem cooperado ao facilitar a entrada [de aliados de Saddam" no país", afirmou. Os EUA também acusam o país de servir como acesso a equipamentos militares para o Iraque.
"Em alguns casos, [os aliados de Saddam] ficam lá, em outros, usam a Síria para ir a outros países." Segundo o secretário, entre esses aliados estariam, possivelmente, "familiares do ditador".
Segundo a agência Reuters, pesquisa divulgada ontem cuja fonte não foi citada mostraria que 42% dos americanos entrevistados apóiam uma ação militar contra a Síria, caso se prove que o país auxiliou o Iraque -hipótese negada pelo governo sírio. No mesmo estudo, 50% seriam favoráveis a um ataque ao Irã, se o país mantiver o programa nuclear, que o governo iraniano diz ter fins pacíficos.
Entretanto, o subsecretário ressaltou que o caso iraquiano é "distinto" para os EUA, já que 12 anos foram gastos em tentativas de acabar com o suposto programa de armas de destruição em massa do país antes da ação militar.
Bolton reuniu-se com autoridades do Vaticano para discutir a reconstrução do Iraque e a ajuda humanitária ao país. Foi a primeira visita oficial de uma autoridade americana à Santa Sé, que se opôs frontalmente ao confronto, após o início da guerra, há 22 dias.


Com agências internacionais


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