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análise
Pela 1ª vez, Mercosul não é poupado
DO ENVIADO A CIUDAD GUAYANA
A retomada das nacionalizações nos últimos
dias é um sinal de que o
presidente Hugo Chávez
está disposto a controlar
áreas consideradas estratégicas mesmo que isso
implique arriscar relações
com governos e empresas
de países próximos de Caracas, como a Argentina e
o Brasil.
No ano passado, as nacionalizações atingiram
principalmente empresas
norte-americanas e, em
menor escala, européias.
Foi o caso do setores de telecomunicações e eletricidade, antes sob o controle
de capital americano, e das
operações de exploração e
refino do petróleo ultrapesado da faixa do Orinoco,
onde as empresas dos Estados Unidos tinham mais
peso do que as européias.
Com a nacionalização
da Sidor, Chávez atinge a
Techint e a Usiminas, empresas sediadas em países
do Mercosul, bloco no qual
a Venezuela quer ingressar - a entrada ainda depende das ratificações dos
Parlamentos brasileiro e
paraguaio. Caso a estatização seja turbulenta, há o
risco de a aprovação se
complicar ainda mais.
O caso Sidor, além disso,
é o primeiro exemplo às
empresas da região de que
Chávez não respeita investimentos de países com os
quais mantém boas relações. Isso num momento
em que o governo venezuelano tenta atrair capital e tecnologia tanto da
Argentina quanto do Brasil para desenvolver sua
agroindústria e outros setores em que não tem nenhuma tradição.
É verdade que a maioria
das empresas aceitou as
nacionalizações sem recorrer à Justiça, com a exceção das petroleiras americanas Exxon e ConocoPhilips. Mas isso não é nenhum incentivo para investir na Venezuela, só para sair.
(FM)
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