São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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Italianos no exterior encerram voto hoje

Quatro regiões elegerão 12 deputados e 6 senadores; América Meridional, que inclui o Brasil, tem 785 mil eleitores

Com salário de 11 mil, senador governista não descarta Casa dividida; candidato da oposição confia em vitória fácil de Berlusconi

FÁBIO CHIOSSI
DA REDAÇÃO

Encerra-se hoje parte das eleições parlamentares italianas. Esta quinta-feira é o último dia de votação para os cidadãos italianos que moram fora do país.
São quatro as circunscrições estrangeiras segundo a divisão do sistema eleitoral italiano, e o Brasil, com cerca de 195 mil eleitores, está na América Meridional, que engloba os países sul-americanos e alguns do Caribe. Na América Meridional estão, segundo o jornal "La Repubblica", cerca de 785 mil eleitores, sendo que o maior colégio eleitoral é o argentino, onde estão habilitados a votar 440 mil -é a maior comunidade de eleitores fora da Itália.
Ao todo essas quatro circunscrições elegerão 12 dos 630 deputados italianos e 6 dos 322 senadores. A maior delas, a Europa, tem aproximadamente 1,6 milhão de eleitores. Já na Itália estão aptos a votar cerca de 47,2 milhões de pessoas.
Os eleitores no exterior começaram a receber, no fim do mês passado, as cédulas e as instruções para votar. O voto, remetido pelo Correio, deve chegar até hoje às 14h aos consulados italianos, que os remeterão à Itália para a contagem.
Lutando por permanecer no Senado está o candidato Edoardo Pollastri, que, registrado no Brasil, elegeu-se em 2006 pela União, coligação do premiê Romano Prodi. Hoje ele concorre na legenda do herdeiro político de Prodi, Walter Veltroni, do Partido Democrático.
Pollastri, 74, ex-presidente da Visconti no Brasil, prevê -e não é o único- que as eleições do fim de semana produzirão um Senado dividido entre o PD e o Povo da Liberdade, de Silvio Berlusconi. Isso significa, diz, que Veltroni e Berlusconi "terão de negociar para aprovar as reformas mais importantes", que incluem, a seu ver, um empenho na redução dos gastos do governo e a alteração da Lei Eleitoral.
Nascido em Alessandria, o senador que há mais de 30 anos vive no Brasil afirma apoiar proposta recente do líder de seu partido para a redução dos estipêndios dos políticos. Seu salário como senador italiano é 11.500, dos quais 5.600, diz, ficam retidos pelo fisco.
Ex-presidente do Força Itália na América Meridional, o candidato a deputado Andrea Ruggeri, 47, tem um ponto em comum em seu hall de propostas com o senador Pollastri: brigar pela melhoria do atendimento à comunidade italiana nos consulados.
Mas Ruggeri, que se candidata pela primeira vez, não cogita a necessidade de negociação entre Veltroni e Berlusconi. Sua legenda, o Povo da Liberdade, vaticina, vencerá bem nas duas Casas e não padecerá da instabilidade que derrubou o governo Prodi, pois "é unida".

Oito pontos
A possibilidade de que o vencedor não tenha uma maioria folgada ao menos no Senado, porém, é corroborada pela recente corrida dos candidatos a premiê atrás dos votos que podem ir para as agremiações menores, principalmente no sul do país. As últimas pesquisas publicadas, na semana retrasada, davam vantagem ao PDL de até oito pontos percentuais, embora apontassem crescimento do PD.
Além dos dois, concorreram ao Parlamento pela América Meridional mais 49 candidatos a deputado e 29 a senador.


Colaborou ADRIANA KÜCHLER, de Buenos Aires


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