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Italianos no exterior encerram voto hoje
Quatro regiões elegerão 12 deputados e 6 senadores; América Meridional, que inclui o Brasil, tem 785 mil eleitores
Com salário de 11 mil, senador governista não descarta Casa dividida; candidato da oposição confia em vitória fácil de Berlusconi
FÁBIO CHIOSSI
DA REDAÇÃO
Encerra-se hoje parte das
eleições parlamentares italianas. Esta quinta-feira é o último dia de votação para os cidadãos italianos que moram fora
do país.
São quatro as circunscrições
estrangeiras segundo a divisão
do sistema eleitoral italiano, e o
Brasil, com cerca de 195 mil
eleitores, está na América Meridional, que engloba os países
sul-americanos e alguns do Caribe. Na América Meridional
estão, segundo o jornal "La Repubblica", cerca de 785 mil eleitores, sendo que o maior colégio eleitoral é o argentino, onde
estão habilitados a votar 440
mil -é a maior comunidade de
eleitores fora da Itália.
Ao todo essas quatro circunscrições elegerão 12 dos 630 deputados italianos e 6 dos 322
senadores. A maior delas, a Europa, tem aproximadamente
1,6 milhão de eleitores. Já na
Itália estão aptos a votar cerca
de 47,2 milhões de pessoas.
Os eleitores no exterior começaram a receber, no fim do
mês passado, as cédulas e as
instruções para votar. O voto,
remetido pelo Correio, deve
chegar até hoje às 14h aos consulados italianos, que os remeterão à Itália para a contagem.
Lutando por permanecer no
Senado está o candidato Edoardo Pollastri, que, registrado no
Brasil, elegeu-se em 2006 pela
União, coligação do premiê Romano Prodi. Hoje ele concorre
na legenda do herdeiro político
de Prodi, Walter Veltroni, do
Partido Democrático.
Pollastri, 74, ex-presidente
da Visconti no Brasil, prevê -e
não é o único- que as eleições
do fim de semana produzirão
um Senado dividido entre o PD
e o Povo da Liberdade, de Silvio
Berlusconi. Isso significa, diz,
que Veltroni e Berlusconi "terão de negociar para aprovar as
reformas mais importantes",
que incluem, a seu ver, um empenho na redução dos gastos do
governo e a alteração da Lei
Eleitoral.
Nascido em Alessandria, o
senador que há mais de 30 anos
vive no Brasil afirma apoiar
proposta recente do líder de
seu partido para a redução dos
estipêndios dos políticos. Seu
salário como senador italiano é
11.500, dos quais 5.600, diz,
ficam retidos pelo fisco.
Ex-presidente do Força Itália na América Meridional, o
candidato a deputado Andrea
Ruggeri, 47, tem um ponto em
comum em seu hall de propostas com o senador Pollastri:
brigar pela melhoria do atendimento à comunidade italiana
nos consulados.
Mas Ruggeri, que se candidata pela primeira vez, não cogita
a necessidade de negociação
entre Veltroni e Berlusconi.
Sua legenda, o Povo da Liberdade, vaticina, vencerá bem
nas duas Casas e não padecerá
da instabilidade que derrubou
o governo Prodi, pois "é unida".
Oito pontos
A possibilidade de que o vencedor não tenha uma maioria
folgada ao menos no Senado,
porém, é corroborada pela recente corrida dos candidatos a
premiê atrás dos votos que podem ir para as agremiações menores, principalmente no sul
do país. As últimas pesquisas
publicadas, na semana retrasada, davam vantagem ao PDL de
até oito pontos percentuais,
embora apontassem crescimento do PD.
Além dos dois, concorreram
ao Parlamento pela América
Meridional mais 49 candidatos
a deputado e 29 a senador.
Colaborou ADRIANA KÜCHLER, de Buenos Aires
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