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Americana devolve filho adotivo russo
Mulher do Tennessee põe Artyom, 7, em avião a Moscou, com bilhete dizendo que ele é "psicologicamente instável" e "violento"
Rússia diz que caso é "gota d'água" e pede suspensão de todas as adoções de russos por americanos até que haja acordo bilateral
DA REDAÇÃO
O governo da Rússia pediu
ontem a paralisação das adoções dos EUA no país depois
que uma mulher americana devolveu seu filho adotivo russo
de sete anos, colocando-o em
um voo de Washington a Moscou sem passagem de volta.
Artyom Savelyev, 7, chamado
de Justin Hansen por sua família adotiva de Shelbyville, Tennessee, chegou ao aeroporto de
Moscou anteontem, desacompanhado e portando um bilhete
de sua mãe adotiva que dizia:
"Esta criança é psicologicamente instável. Ela é violenta e
tem graves problemas psicopáticos. O orfanato russo [que
cuidara da adoção, há seis meses] me enganou. Pela segurança de minha família, não quero
mais ser sua mãe".
A criança foi levada por um
guia turístico, pago pela família
americana, ao Ministério da
Educação russo.
Segundo Nancy Hansen, a
avó adotiva de Artyom, ele tratava a mãe, Torry, de forma violenta. Ela nega que a criança tenha sido abandonada, pois foi
cuidada por uma aeromoça durante o voo, e a família pagou
um homem "respeitável" para
buscar Artyom no aeroporto
moscovita. Torry está sendo investigada pela polícia do Tennessee, que até ontem não a
acusara formalmente.
Artyom estava ontem em um
hospital moscovita para um
check-up, até que se decidisse
quem cuidaria dele. Segundo
um oficial do Kremlin, ele se
queixou de que Torry era "má"
e "não o amava". Deve haver
uma investigação russa para
determinar se a adoção ocorreu
dentro da lei.
O caso teve forte repercussão
na Rússia, onde, em geral, as
adoções de crianças locais por
ocidentais são vistas como uma
humilhação. O embaixador dos
EUA em Moscou, John Beyrle,
se disse "chocado" com o caso.
O chanceler russo, Serguei
Lavrov, disse que Artyom foi
tratado de forma "imoral" e que
a história foi "a gota d'água"
-três crianças russas morreram após supostos abusos de
pais americanos entre 2006 e
2010. Ele pediu a suspensão das
adoções até que haja um acordo
bilateral, impondo condições
às famílias adotivas.
P.J. Crowley, porta-voz do
Departamento de Estado, disse
que o governo dos EUA estava
"perturbado" pelo caso, mas
que não quer que isso afete futuras adoções e que haverá um
trabalho conjunto para proteger as crianças adotadas. Segundo a Chancelaria americana, 1.586 crianças russas foram
adotadas nos EUA em 2009.
Com agências internacionais
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